
BRAZILIAN FINANCIAL CRISIS IN THE 1980S: HISTORICAL PRECEDENT OF AN ECONOMY GOVERNED BY FINANCIAL INTERESTS // A CRISE FINANCEIRA BRASILEIRA NOS ANOS 80: PRECEDENTE HISTÓRICO DE UMA ECONOMIA GOVERNADA PELOS INTERESSES FINANCEIROS
2019; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO; Volume: 23; Issue: 3 Linguagem: Português
ISSN
1980-5527
AutoresFabiano Abranches Silva Dalto,
Tópico(s)Economic Theory and Policy
ResumoABSTRACT : Beyond representing coordination or government failures, the Brazilian financial crisis in the 1980s characterized the dominance of financial interests on public policies. This paper shows that such dominance began with the external debt negotiations in 1982, which put international creditors’ interest first. It argues that the imposed external adjustment – specially the exchange rates devaluation, public investment cuts and the hike in real interest rates – generated recession and financial instability (notoriously inflation), which would threat depreciating private wealth. Therefore, both the external adjustment and the private wealth protection only turned possible due to the increasing public deficits and debts – including by transferences of debt from private to public sector. The dominant perspective, found in the literature on the period, blaming government deficits and debts for the financial instability of the 1980s is wrong. Economists, even heterodox ones, still believe that Brazil’s financial crisis in the 1980s resulted from budget deficits and public debts. This paper shows, contrary to the dominant view, that once the public sector had to allow private wealth adjustment to the external conditions imposed by foreign creditors, public deficits were the only possible outcome in that conditions. RESUMO: Mais do que representar falhas de coordenacao ou de governo, a crise financeira brasileira nos anos 1980 representou a predominância de interesses financeiros nas politicas publicas. Este artigo mostra que esse dominio comecou com as negociacoes da divida externa, em 1982, que colocaram o interesse dos credores internacionais em primeiro lugar. Argumenta que o ajuste externo imposto – especialmente a desvalorizacao das taxas de câmbio, cortes nos investimentos publicos e o aumento das taxas de juros reais – gerou recessao e instabilidade financeira (com destaque para a inflacao) que ameacariam desvalorizar a riqueza privada. Portanto, tanto o ajustamento externo quanto a protecao a riqueza privada apenas tornaram-se possiveis devido aos crescentes deficit e dividas publicas – inclusive por transferencias de divida do setor privado para o publico. A perspectiva dominante, encontrada na literatura sobre o periodo, culpando os deficit e dividas do governo pela instabilidade financeira da decada de 1980 esta errada. Economistas, mesmo heterodoxos, ainda acreditam que a crise financeira do Brasil nos anos 1980 resultou de deficits orcamentarios e dividas publicas. Este artigo mostra, contrariamente a visao dominante, que uma vez que o setor publico teve que permitir o ajuste da riqueza privada as condicoes externas impostas pelos credores estrangeiros, os deficits publicos foram o unico resultado possivel nessas condicoes.
Referência(s)