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GESTOS DE LEITURA E ESCRITA DISCURSIVA DE MEMES: EFEITOS DO DIGITAL EM UMA ESCOLA PÚBLICA DO CAMPO

2019; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Issue: 17 Linguagem: Português

10.12957/pr.2020.47374

2317-2215

Flavia Ferreira Santana, Maristela Cury Sarian,

Cultural, Media, and Literary Studies

Este trabalho tem por objetivo colocar em evidência o processo de produção de leitura discursiva de memes, desenvolvido sob forma de intervenção pedagógica, com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública, no campo, no município de Baliza-GO, no ano de 2018, em cumprimento a uma das etapas do Programa de Mestrado Profissional em Letras – PROFLETRAS, ofertado na UNEMAT / Cáceres. Filiado à Análise de Discurso de Pêcheux e Orlandi, daremos visibilidade neste artigo à instauração de práticas de leituras de memes, por meio das quais criamos as condições para que os alunos realizassem gestos de interpretação em diferentes materialidades significantes, em diferentes materialidades de escrita, na materialidade do discurso eletrônico (ORLANDI, 2013). Como uma entrada possível para o estabelecimento do jogo da paráfrase e da polissemia, de maneira a desestabilizar os sentidos que circulam como evidentes sobre leitura, escrita e TICs na escola, objetivamos romper com os sentidos de leitura parafrástica sedimentados no entremeio institucional/digital pelo furo-resistência (DIAS, 2018) e instaurar a constituição de práticas polissêmicas de leitura e da autoria em sala de aula. A partir de um trabalho sustentado na contradição constitutiva dos processos de textualização de memes, em que o verbal e o não-verbal contraditoriamente se imbricam (LAGAZZI, 2017), foram produzidas as condições para irromper os gestos de autoria em sala de aula, desestabilizando o discurso autoritário em funcionamento na escola, a partir da entrada das discursividades contemporâneo-digitais, em seu caráter material, significadas como uma possibilidade de ressignificar o ensino-aprendizagem de língua portuguesa.