Artigo Acesso aberto Produção Nacional

“LINDA E PRETA”: DISCUTINDO QUESTÕES QUÍMICAS, FÍSICAS, BIOLÓGICAS E SOCIAIS DA MAQUIAGEM EM PELE NEGRA

2019; Volume: 13; Issue: 5 Linguagem: Português

10.21439/conexoes.v13i5.1759

ISSN

2176-0144

Autores

Bárbara Carine Soares Pinheiro, Katemari Rosa, Sueli Ismael Oliveira da Conceição,

Tópico(s)

Science and Education Research

Resumo

Esse artigo tem como intuito problematizar padrões de beleza historicamente aceitos no Brasil a partir do estudo da maquiagem, aprofundando em conhecimentos de química, física e biologia necessários para a produção de cosméticos. Para tal, realizamos uma revisão de literatura acerca da temática e nos pautamos em nossas escrevivências, enquanto mulheres negras cientistas, para pautarmos e desenvolvermos tal problemática. Nesse propósito, nós, mulheres negras, que sofremos historicamente com esse processo brutal de negação de nossa beleza, o que nos ocasionou processos dolorosos de autonegação, nos sentimos legitimamente livres para escrevermos acerca do que vivemos, de como nos vimos e de como, hoje, nos vemos. Notamos que a maquiagem, apesar de ter sido criada e largamente utilizada com civilizações antigas africanas, a exemplo do antigo Egito, foi contemporaneamente projetada no âmbito da cosmetologia industrial e científica para a pele de pessoas brancas em virtude de padrões de colonialidade europeus que estabeleceram uma noção de belo brancocêntrica e, atualmente, com a expansão do poder de compra da população negra, essa indústria tem, timidamente, avançado na direção de atender a demanda desse público esquecido. Discutir ciências a partir dessa perspectiva se faz necessário para compreendermos como esses saberes se constituem e como que, socialmente, são muitas vezes aplicados reforçando estruturas de opressão social.

Referência(s)