
A representação dualista do forró em escritos acadêmicos e a diversidade ocorrente
2019; Volume: 6; Issue: 2 Linguagem: Português
10.20396/muspop.v6i2.13161
ISSN2316-7858
Autores Tópico(s)Public Spaces through Art
ResumoEste artigo trata de uma incongruência entre a diversidade de práticas ocorrentes no forró e a sua representação discursiva pelos acadêmicos. Música popular que Luiz Gonzaga lançou na mídia nos anos 1940 ainda sob o apelido de baião, o forró multiplicou-se ao longo da sua existência, passando a englobar uma variedade de sons e significações atravessados por diferentes discursos. A partir dos anos 1990, o surgimento de bandas de forró alinhadas com a música pop espetacular provoca reações entre os agentes ligados aos forrós que já estavam historicamente estabelecidos. Em meio a tais reações, emerge a categoria “forró tradicional” em oposição ao que passa a ser chamado “forró eletrônico”. Além de ter povoado o cotidiano de empresários, músicos, jornalistas, públicos e até os versos de canções, a longeva bipolarização do forró, ao invés de ser problematizada pelos acadêmicos das ciências humanas, acabou sendo naturalizada em seus trabalhos. O atual artigo, baseado em pesquisa etnomusicológica que inclui a revisão bibliográfica e o trabalho de campo etnográfico, analisa a representação dicotômica do forró no discurso acadêmico, ao passo que sublinha uma diversidade musical ocorrente que desmascara a visão dicotômica, propondo, enfim, uma abordagem que leva em conta as múltiplas práticas musicais ocorrentes.
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