Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

O paradoxo sublime ou a alforria da arte

2014; UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE; Volume: 8; Issue: 15 Linguagem: Português

10.22409/1981-4062/v15i/180

ISSN

1981-4062

Autores

Virginia Figueiredo,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Criticism

Resumo

Neste texto, pretendo analisar a tese principal do ensaio “A verdade sublime” de Philippe Lacoue-Labarthe, a qual poderia ser formulada do seguinte modo: a verdade sublime é o Ereignis, esse é o fundamento a partir do qual se desenvolveu uma dificílima operação que consistiu em modificar a tradição do sublime sempre apresentado negativamente naquilo que Lacoue-Labarthe chamou de "compreensão afirmativa do sublime ou da grande arte". O autor estabelece uma astuciosa aliança entre o que há de mais radical no pensamento de Heidegger e o sublime, tratado de maneira bastante polêmica, como a principal teoria da arte de Kant. Dessa articulação fundamental, pode-se concluir que ele não está apenas à procura de uma “Estética” (sequer de uma “Teoria da Arte”) sublime, mas, em busca de algo que é muito mais ambicioso, a saber: de um pensamento do sublime. Portanto, na minha opinião, o ensaio lacouelabarthiano constitui, por um lado, uma referência indispensável não só a quem quer que pretenda estudar a tradição do sublime, mas, por outro, compreender o pensamento heideggeriano sobre a arte e sua tentativa de encontrar uma determinação mais essencial e, sobretudo, ousaria dizer, mais política da arte.

Referência(s)