
Caminhos descoloniais possíveis no ensino de ciências das séries iniciais: um diálogo com a obra “meu crespo é de rainha”
2019; UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ; Volume: 4; Issue: 3 Linguagem: Português
10.3895/actio.v4n3.10532
ISSN2525-8923
AutoresIago Vilaça de Carvalho, Brenda Iolanda Silva do Nascimento, Stella Pereira de Almeida, Fernanda Antunes Gomes da Costa,
Tópico(s)Rural and Ethnic Education
ResumoNosso estudo tem por objetivo pensar a aula de Ciências para as séries iniciais do Ensino Fundamental a partir da perspectiva orientada pela Lei 10.639/03, em que aspectos da História e da Cultura Africana e Afro-brasileira devem ser abordados em todo currículo escolar. Para tal, trazemos à tona o tecer teórico de Silvia Cusicanqui, Grada Kilomba e Bell Hooks, autoras que problematizam a descolonização dos saberes, ou seja, propõem uma possibilidade de produção do conhecimento a partir de epistemologias silenciadas, da subjetividade e da prática docente. Diante do que nos ensinam essas pensadoras, buscamos, portanto, desenvolver uma reflexão teórica acerca do diálogo entre a Lei 10.639/03, o ensino de Ciências e a literatura. Para tal, o livro infantil escolhido para nossa abordagem é a obra Meu crespo é de rainha, da autora e intelectual negra Bell Hooks, visando o alinhamento entre nossa construção teórica, a literatura infantil e a disciplina de Ciências para as séries iniciais do Ensino Fundamental. Como resultado, sugerimos caminhos para efetivação da Lei 10.639/03 em uma perspectiva descolonial, tornando, assim, a educação das relações étnico-raciais possível também ao campo científico, que pode e deve contribuir com essa discussão. Acreditamos, portanto, que subverter a lógica de uma história única pautada em uma produção científica predominantemente hegemônica é poder construir percursos para uma nova Ciência.
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