
A gramática nas escolas hoje: como agem e como pensam os professores
2019; Volume: 1; Issue: 23 Linguagem: Português
10.19134/eutomia-v1i23p23-44
ISSN1982-6850
AutoresMaria Claudete Lima, Camila Stephane Cardoso Sousa, Ana Célia Clementino Moura,
Tópico(s)Linguistics and Discourse Analysis
ResumoHa mais de vinte anos, os documentos oficiais recomendam um ensino de gramatica contextualizada (BRASIL, 1998; BRASIL, 2000; BRASIL, 2018). Data do mesmo periodo a infinidade de trabalhos que discutem a questao do ensino de lingua portuguesa e de gramatica (POSSENTI, 1996; TRAVAGLIA, 1996; NEVES, 1990; 2003; VIEIRA, S.R.; BRANDAO, S.F., 2007). Recentemente, a Base Nacional Comum Curricular acrescentou ao nome “analise linguistica” - como passou a ser chamado o ensino de gramatica nos Parâmetros Curriculares Nacionais, para destacar a necessidade de se partir do texto - o nome “semiotica”, para abranger a analise de textos multimodais. Nosso objetivo neste trabalho e mostrar que, apesar do avanco nas pesquisas e das recomendacoes nos documentos oficiais a pratica do ensino de gramatica nas escolas ainda nao alcanca a desejada integracao texto e gramatica. Para tanto, analisamos quali-quantitativamente, com base em Neves (2002), as respostas a um questionario com perguntas abertas e fechadas aplicado a 171 sujeitos, 88 professores de lingua portuguesa ainda em formacao e 83 professores em atividade. Os resultados mostram que, embora reconhecam teoricamente a validade de uma gramatica atrelada aos textos, os professores em formacao e em atividade tem dificuldade em aplicar os conhecimentos de linguistica e as recomendacoes oficiais na pratica do ensino de gramatica. Tal resultado indicia que os cursos de formacao de professores de lingua precisam enfrentar esta questao, seja reformulando a grade para incluir disciplinas que deem conta de um ensino produtivo para alem das disciplinas teoricas, seja inserindo, nas disciplinas ja existentes unidades de aplicacao dos conteudos teoricos.
Referência(s)