A MEDIAÇÃO INGLESA NO RECONHECIMENTO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
1978; Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS); Volume: 4; Issue: 1 Linguagem: Português
10.15448/1980-864x.1978.1.30851
ISSN1980-864X
Autores Tópico(s)Brazilian History and Foreign Policy
ResumoO reconhecimento da independência do Brasil completa o processo no plano político e marca o ingresso do Império no concerto da Comitas Gentium. Dois reconhecimentos impunham-se, naturalmente: o de Portugal, antiga metrópole, e o da Grã-Bretanha, por tratar-se da maior potência. Portugal opôs-se obstinadamente em reconhecer a liberdade da ex-colônia, suporte de sua balança comercial. Dificuldades outras, no plano internacional- de caráter político ou ideológico-, a par das agitações que punham em risco a própria estabilidade do regime inaugurado no Brasil, tiveram a superá-las a ação dos plenipotenciários brasileiros. A mediação inglesa, interessada mas decisiva, através de George Canning, soube vencer a oposição do Gabinete Britânico e desarticular as potências da Santa Aliança, cujo legitimismo se erguia como barreira às aspirações dos novos Estados americanos. Metternich, nem sempre bem interpretado, não constituiu na verdade obstáculo intransponível à causa do Império. Batido por Canning na disputa da prioridade da mediação, colocou-se ao lado do interesse do Brasil no instante decisivo, convencendo as demais nações da Santa Aliança a não obstarem a ascensão da antiga colônia à categoria de país emancipado. Saliente-se ainda, à luz dos documentos guardados no Arquivo Histórico do Museu Imperial de Petrópolis, que nem todos os trâmites da Missão Stuart eram conhecidos. Nesse particular, releva observar o papel saliente de Frei Antônio de Arrábia nos entendimentos que se processaram no Rio de Janeiro e que culminaram com o reconhecimento da independência e da soberania do Brasil.
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