
Space-Time Distribution of Active Fire in the Minas Gerais State
2019; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO; Volume: 42; Issue: 3 Linguagem: Português
10.11137/2019_3_64_84
ISSN1982-3908
AutoresBrenda Almeida Santos, Marcelo José dos Santos Oliveira, P. N. SILVA, J. G. M. SANTOS, Enrique Vieira Mattos, M. S. REBOITA,
Tópico(s)Geography and Environmental Studies
ResumoO monitoramento de focos de calor por satélites pode ser um importante subsídio para a definição de estratégias de combate e prevenção de incêndios, bem como para a avaliação de danos ecológicos, econômicos e sociais. Como no Brasil, o conhecimento sobre a evolução espacial e temporal dos focos de calor ainda é limitado, esse estudo tem como objetivo descrever a distribuição espacial e temporal de focos de calor e avaliar as cidades com as maiores ocorrências desses focos (definido como cidades hotspots) no Estado de Minas Gerais (MG). Além disso, é analisado a correlação dos focos de calor com a precipitação. Foram utilizados 15 (2003-2017) anos de dados de focos de calor estimados por meio de dados do satélite de órbita polar Earth Observation System – AQUA. No Estado de MG, a média anual de focos de calor é de aproximadamente de 11.421 detecções, sendo esses eventos mais frequentes entre os meses de julho a outubro, isto é, entre a estação seca e início da chuvosa, com máximo mensal em setembro (3.700 focos). Em termos espaciais, a maior concentração de focos de calor ocorre nos setores norte e noroeste do Estado. Por outro lado, a maiori das cidades hotspots (locais com as maiores ocorrências de focos de calor) localizam-se no noroeste do Estado, com a cidade de Paracatu sendo a de maior frequência desses eventos, com 3.376 focos durante o período de estudo, isto é, cerca de 50 % a mais de focos em relação à cidade que ficou em décimo lugar. As análises de correlação interanual e mensal mostraram que os focos de calor apresentam correlação negativa com a precipitação, isto é, anos mais secos possuem maior frequência de focos de calor. O maior coeficiente de correlação de Pearson (-0,52) foi obtido para uma defasagem temporal mensal de 2 meses, isto é, embora o inverno seja a estação do ano mais seca, os máximos de focos de calor ocorrem entre setembro e outubro. Portanto, a persistência de um solo seco por cerca de 60 dias antes fornece condições em parte favoráveis para a ocorrência de queimadas, seja de forma natural ou antrópica.
Referência(s)