Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

SHAKESPEARE: criador e criatura

2020; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Volume: 27; Issue: 49 Linguagem: Português

10.12957/matraga.2020.48110

ISSN

2446-6905

Autores

Marlene Soares dos Santos,

Tópico(s)

Shakespeare, Adaptation, and Literary Criticism

Resumo

No auge da popularidade e prestígio do teatro elisabetano-jaimesco, William Shakespeare (1564-1616) era um autor como muitos outros. Depois que ele se aposentou em 1611, outros dramaturgos continuaram produzindo peças que asseguravam a merecida fama de excelência desse teatro. Em 1623, a publicação do chamado First Folio, que reunia todas as peças shakespearianas, reacendeu o interesse pelo dramaturgo. Entretanto, o fechamento dos teatros pelo governo puritano em 1642 causou um enorme dano à arte teatral, que só se recuperou em 1660, com a volta de Charles II ao poder. Entretanto, as peças shakespearianas não eram as preferidas na Restauração. Paulatinamente, a partir de 1769, com as famosas comemorações do Jubileu do aniversário de Shakespeare em Stratford promovidas pelo ator David Garrick se inicia a ascensão de Shakespeare como poeta nacional e, com o passar do tempo, como poeta global. Ele é aclamado como um excepcional criador de personagens que marcaram indelevelmente as literaturas e as culturas anglo-saxônicas e mundiais. O próprio Shakespeare passa de criador a criatura na literatura popular, anunciante dos mais diversos produtos e vendedor de outros como os vários tipos de souvenirs. Este ensaio propõe traçar a mudança de status de Shakespeare como autor, do seu relativo esquecimento no período da Restauração para o seu atual prestígio nacional e global devido à sua excepcional capacidade criativa, e apontar para a outra fase da sua trajetória – a de criador de várias obras à criatura de vários criadores.

Referência(s)