
Indústria da espionagem: ponte comercial ou obstáculo à paz?
2019; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Volume: 12; Issue: 2 Linguagem: Português
10.12957/rqi.2019.38335
ISSN1807-8389
AutoresArthur Marques Silva, Frederico Bonaldo,
Tópico(s)Competitive and Knowledge Intelligence
ResumoO presente artigo visa trazer à tona a questão da indústria da espionagem em uma perspectiva filosófica e antropológica decorrente de paradoxal diferença havida entre seus objetivos. Com efeito, a relação simbiótica existente entre os Estados e a indústria de espionagem se assemelha, em muito, àquela retratada por Mary Shelley em sua obra clássica Frankenstein. Isto porque, embora esta tenha sido criada e prosperado como um produto precioso dos Estados, atualmente vem se desvencilhando de seu senhor e agindo, muitas vezes, contrariamente aos interesses daqueles que a nutriram. Chega-se, então, a um paradoxo: de um lado as relações comerciais são aptas a manter a paz, porém, sob outro prisma, a atuação da indústria da espionagem é intrinsecamente impeditiva das relações baseadas na boa-fé entre os Estados, o que, como consequência, funcionaria como fator impeditivo do alcance da paz perpétua.
Referência(s)