
NEGRITUDE EM TEMPOS DE SEGREGAÇÃO: ANÁLISE SEMIÓTICA DE MELANCTHA (1983), DE GERTRUDE STEIN
2019; UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ; Volume: 3; Issue: 2 Linguagem: Português
10.18817/rlj.v3i2.2037
ISSN2527-1024
AutoresYasmine Louro, Diana Barreto Costa,
Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoO presente trabalho resulta de um projeto de pesquisa que visa analisar, sob a perspectiva discursiva, uma novela da obra Três Vidas, da escritora norte-americana Gertrude Stein. Para isso, foi selecionado o conto Melanctha (1983), título homônimo à protagonista. O objetivo da pesquisa é compreender como a obra segmenta os seus personagens por meio de atributos designados a cada um deles a partir de sua etnia. A fundamentação teórica será norteada através da articulação de um diálogo entre os estudos culturais, como Woodward (2000) e teorias feministas de Bell Hooks (1981;2000) e Angela Davis (1982). Para a análise, mobilizamos as contribuições da teoria semiótica nos trabalhos de Barros (2005) e Fiorin (2008). Privilegia-se na análise o modo como a personagem é figurativizada, considerando os recursos sintáticos e semânticos mobilizados pelo enunciador. A transitoriedade que Melanctha realiza entre os supostos benefícios que a sua pele mais clara oferece e a busca constante pela aceitação da comunidade negra na qual vive é o que evidencia o limbo étnico, o entre-lugar, que preenche o cotidiano da protagonista. Como resultados finais, compreendemos que seus personagens não possuem apenas estereótipos raciais que remetem à situação escrava que perpetrou leis e costumes segregacionistas entre os cidadãos, mas, também, utilizou-se de representações pós-escravidão em que foram submetidos negros e negras pela população branca, expondo-os a situações tão revoltantes e subumanas quanto à escravidão que viveram outrora.
Referência(s)