A reminiscência do politeísmo árabe no Islã
2019; UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA; Volume: 9; Issue: 1 Linguagem: Português
10.22478/ufpb.2317-0476.2019v9n1.45206
ISSN2317-0476
AutoresCelia Daniele Moreira de Souza, Cristiane Vieira Ribeiro de Oliveira,
Tópico(s)Middle East Politics and Society
ResumoO Islã surgiu como uma fé monoteísta de linhagem abraâmica no seio da Península Arábica no séc. VII e desde sua fundação se manteve indissociável e profundamente imbricado com a identidade árabe. Não só pela língua da revelação corânica, o livro sagrado dos muçulmanos, ser o árabe, mas pela própria ligação que a religião terá com a noção de pertencimento a uma cultura, a um povo, que transcenderá as fronteiras peninsulares e se difundirá como que inerente à própria condição de ser muçulmano. Até hoje há uma confusão entre o que é ser árabe e o que é ser muçulmano, pois ambas as identidades se entremearam na constituição da fé islâmica. Contudo, a identidade árabe anterior ao Islã estava calcada em uma fé politeísta autóctone, religiosidade esta que regia aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos de então, mas sobretudo a própria noção de conexão e pertencimento das tribos árabes ao seu meio. Dessa maneira, a proposta deste artigo é argumentar em que medida o Islã romperia totalmente com essa religiosidade e se o mesmo ao abarcar a cultura árabe como sua identificação, não teria trazido para si elementos do politeísmo pré-islâmico.
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