Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Revisão Bibliográfica Sistematica - Sistema de Endocanabinoides Tendências de Uso na Farmacologia

2020; Instituto Paulista de Estudos Bioéticos e Jurídicos; Volume: 9; Issue: 2 Linguagem: Português

10.17063/bjfs9(2)y2020146

ISSN

2237-261X

Autores

Leonardo Tibiriçá Corrêa, Cleber Fernandes Plata, Esther Lopes Ricci, María Aparecida Nicoletti, Érico Chagas Caperuto, Helenice de Souza Spinoza, Juliana Weckx Peña Munõz, André Rinaldi Fukushima,

Tópico(s)

Sleep and Wakefulness Research

Resumo

A maconha é uma planta utilizada desde a Antiguidade com finalidade medicinal, atuando clinicamente como sedativo, analgésico e antiemético. O principal efeito colateral é a perturbação do sistema nervoso central, causando euforia e alucinações, levando a movimentação popular em favor da proibição, apesar de ser menos viciante e perigoso que etanol e derivados opioides. Em 1964, foi isolado o ?9-tetrahidrocanabinol, principal psicoativo da maconha, levando a hipótese de que seu mecanismo de ação seria semelhante aos anestésicos gerais. Em 1988, foi descoberto os receptores canabinoides, dando inicio a exploração de seu sistema endógeno. Em 1992, a descoberta do primeiro mediador endógeno, denominado anandamida. Em 1994, é lançado o primeiro medicamento atuante no sistema de endocanabinoides, denominado rimonabanto, com a finalidade de inibir o apetite e tratar a obesidade. Em 2008, o rimonabanto é retirado do mercado por induzir a depressão e ansiedade e dispor de relação com a ocorrência de suicídio. Em 2019, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária regulamentou os requisitos de fabricação, dispensação e receituário com a RDC 327/19. Atualmente, o sistema de canabinoides possui maior conhecimento e é possível estabelecer diversas aplicações clínicas, por exemplo, atuando na atenuação dos sintomas motores da Doença de Parkinson, na dor neuropática ou inflamatória, diminuição da pressão intraocular no glaucoma e como antiemetico durante a quimioterapia. O presente trabalho visa revisar os aspectos históricos da maconha no Brasil e o trajeto das descobertas de seus derivados, assim como a biossíntese e sinalização endocanabinoide e as aplicações clínicas em uma abordagem farmacológica.

Referência(s)