Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Understanding a woman's heart: Lessons from 14 177 women with acute coronary syndrome

2020; Elsevier BV; Volume: 39; Issue: 2 Linguagem: Inglês

10.1016/j.repc.2020.03.002

ISSN

2174-2030

Autores

David Roque, Jorge Ferreira, Sílvia Monteiro, Marco Costa, Víctor Gil,

Tópico(s)

Heart Failure Treatment and Management

Resumo

Coronary artery disease is becoming the leading cause of death in women in Western society. However, the available data shows that women are still underdiagnosed and undertreated with guideline-recommended secondary prevention therapy, leading to a significantly higher rate of in-hospital complications and in-hospital mortality. The main objective of this work is to assess the approach to acute coronary syndrome (ACS) in Portugal, including form of presentation, in-hospital treatment and in-hospital complications, according to gender and in three different periods. We performed an observational study with retrospective analysis of all patients included between 2002 and 2019 in the Portuguese Registry of Acute Coronary Syndromes (ProACS), a voluntary, observational, prospective, continuous registry of the Portuguese Society of Cardiology and the National Center for Data Collection in Cardiology. A total of 49 113 patients (34 936 men and 14 177 women) were included. Obesity, hypertension, diabetes (p<0.001 for all) and dyslipidemia (p = 0.022) were all more prevalent in women, who were more frequently admitted for non-ST segment elevation ACS (p<0.001), and more frequently presented with atypical symptoms. Women had more time until needle and until reperfusion, which is less accessible to this gender (p<0.001). During hospitalization, women had a significantly higher risk of in-hospital mortality (OR 1.94 [1.78-2.12], p<0.001), major bleeding (OR 1.53 [1.30-1.80], p<0.001), heart failure (OR 1.87 [1.78-1.97], p<0.001), atrial fibrillation (OR 1.55 [1.36-1.77], p<0.001), mechanical complications (OR 2.12 [1.78-2.53], p<0.001), cardiogenic shock (OR 1.71 [1.57-1.87], p<0.001) and stroke (OR 2.15 [1.76-2.62], p<0.001). Women were more likely to have a normal coronary angiogram or coronary lesions with <50% luminal stenosis (p<0.001 for both), and thus a final diagnosis other than ACS. Both during hospitalization and at hospital discharge, women were less likely to receive guideline-recommended secondary prevention therapy. In women admitted for ACS, revascularization strategies are still underused, as is guideline-recommended secondary prevention therapy, which may explain their higher incidence of in-hospital complications and higher unadjusted mortality. A doença arterial coronária está-se a tornar a principal causa de morte no mundo ocidental no género feminino. Contudo, os dados de que dispomos mostram que as mulheres são ainda subdiagnosticadas e subtratadas com as terapias de prevenção secundária recomendadas, levando a taxas significativamente mais altas de complicações intra-hospitalares e mortalidade intra-hospitalar. Avaliar a abordagem nacional às síndromas coronárias agudas, incluindo forma de apresentação, tratamento intra-hospitalar e complicações intra-hospitalares, de acordo com o género e em três períodos distintos. Estudo observacional com análise retrospetiva de todos os doentes incluídos entre 2002 e 2019 no Registo Nacional de Síndromas Coronárias Agudas (RNSCA), um registo voluntário, observacional, prospetivo e contínuo da Sociedade Portuguesa de Cardiologia e do Centro Nacional de Coleção de Dados em Cardiologia. Foram incluídos 49 113 doentes (34 936 homens e 14 177 mulheres). Obesidade, hipertensão arterial, diabetes mellitus (p < 0,001 para todos) e dislipidémia (p = 0,022) foram mais prevalentes nas mulheres, que são mais frequentemente admitidas por síndroma coronária aguda sem supradesnivelamento do segmento ST (p < 0,001) e mais frequentemente se apresentam com sintomas atípicos. As mulheres têm tempos mais longos até agulha e até reperfusão, esta última menos frequente neste género (p < 0,001). Durante hospitalização, as mulheres têm um risco significativamente maior de mortalidade intra-hospitalar (OR 1,94 [1,78;2,12], p < 0,001), hemorragia major (OR 1,53 [1,30;1,80], p < 0,001), insuficiência cardíaca (OR 1,87 [1,78;1,97], p < 0,001), fibrilhação auricular (OR 1,55 [1,36;1,77], p < 0,001), complicações mecânicas (OR 2,12 [1,78;2,53], p < 0,001), choque cardiogénico (OR 1,71 [1,57;1,87], p < 0,001) e acidente vascular cerebral (OR 2,15 [1,76;2,62], p < 0,001). É mais provável que as mulheres tenham uma coronariografia normal ou lesão coronárias com estenose luminal < 50% (p < 0,001 para ambos) e, assim, um diagnóstico final alternativo a síndroma coronária aguda. Seja durante hospitalização ou à alta hospitalar, é menos provável que as mulheres recebam as terapias de prevenção secundária recomendadas. Em mulheres admitidas com síndroma coronária aguda as estratégias de revascularização são subutilizadas, assim como as terapias de prevenção secundária recomendadas, podendo justificar a maior incidência de complicações intra-hospitalares e maior mortalidade não ajustada.

Referência(s)