Intersubjetividade, metaficção, polifonia e intertextualidade em Elisa, vida mía, de Carlos Saura. O filme (1977) e o romance (2004)

2019; Volume: 1; Issue: 24 Linguagem: Português

10.19134/eutomia-v1i24p32

ISSN

1982-6850

Autores

Cristina Bongestab, José Alberto Miranda Poza,

Tópico(s)

Brazilian cultural history and politics

Resumo

Neste artigo desenvolvemos algumas reflexoes a proposito do filme de Carlos Saura Elisa, vida mia (1977) que teve continuidade no romance, do mesmo titulo e autor em 2004. O fato de ter se produzido uma adaptacao de diferente direcao (filme-romance e nao vice-versa) bem como as possiveis causas que, 27 anos depois, levaram Saura a revisitar sua criacao artistica nortearam nosso trabalho. Atraves de recursos intersemioticos, Saura recupera a memoria individual/coletiva da Espanha atraves da memoria individual dos personagens. Ao abordar a memoria historica, Saura traduz para a ficcao a devastacao pessoal e social que a politica oficial procurou ocultar usando-se do recurso do flash-back , o que possibilitou uma adaptacao do filme para o romance com alto grau de fidelidade. Atraves dele, Saura apresentou as indagacoes, duvidas e angustias do passado dos protagonistas. Verificamos, ainda, que a metaficcao funciona como instrumento de reconstrucao do passado porque o cenario teatral funciona como metafora visual dos seus arquivos: um espaco imaginario depositario de recordacoes, marcado aqui pela encenacao do auto religioso El gran teatro del mundo, de Calderon de la Barca. O dialogo proposto por Saura se estende ainda a outros autores do Seculo de Ouro espanhol como Garcilaso de la Vega ou Baltasar Gracian. Isso nos conduz a intertextualidade e a polifonia (Bakthin, Kristeva, Genette). Nesse sentido, sera mostrado como o filme (1977) e o romance (2004) foram escritos de maneira polifonica, entrelacando a poesia, o teatro, a musica e a fotografia, o qual conduz a consideracao do carater criativo multifacetico de Saura

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