AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA NO ASSENTAMENTO MARIA DA PENHA/PB: IDENTIDADE COM A TERRA

2020; Editora IFPB; Volume: 3; Issue: 4 Linguagem: Português

10.35512/ras.v3i4.3673

ISSN

2595-0045

Autores

Maykon Douglas Gomes Barbosa, Victória Kelly Sousa de Araújo, Madson Kherly Santos Mendes, Alisson Medeiros Monteiros, Joedla Rogrigues de Lima,

Tópico(s)

Rural Development and Agriculture

Resumo

<p><strong>INTRODUÇÃO:</strong> A segurança alimentar e nutricional é uma área estratégica. A revolução verde foi implementada pelo governo brasileiro após a década de 1960. É exemplo do grande investimento nos setores primários, enfatizando a produtividade e mantendo a estrutura fundiária dominante. Paralelamente, movimentos sociais, liderados por pequenos produtores; a identificação, em nível mundial, da importância da agricultura familiar e os impactos negativos do modelo agroexportador retirou do anonimato este importante segmento fornecedor de alimentos frescos para os brasileiros. A imagem do agricultor familiar mudou nestas duas ultimas décadas, de um setor atrasado e acomodado, para a verificação de sua dinâmica e pujança. <strong>OBJETIVOS:</strong> Avaliar a percepção da agricultura familiar no semiárido nordestino através do cultivo sustentável. <strong>METODOLOGIA:</strong> Pesquisa qualitativa, com estudo de caso, a partir de relatos espontâneos de produtores rurais no assentamento Maria da Penha I e II, no município de Alagoa Grande/PB onde foram avaliadas variáveis de manejo e cultivo das culturas no local. <strong>RESULTADOS E DISCUSSÕES:</strong> A partir das entrevistas realizadas, observou-se que os 2 produtores AF1 de 65 anos e o AF2 de 42 anos residem em áreas de assentamento que foram concedidas através dos programas que o INCRA oferece e seguem uma tradição familiar no campo, assim como grande parte da população que vive no meio rural. A produção da agricultura familiar é o único modo de sobrevivência das famílias entrevistadas e, em função disso, pode-se dizer que esta é a realidade de muitos habitantes da região, o retorno que esta prática os oferece é para consumo próprio e venda do excedente nas feiras da região. Verificou-se que os agricultores aproveitam bem o período de chuvas para efetuar a captação de água para suas cisternas que auxiliam tanto no consumo próprio para a residência, quanto para a irrigação de seus plantios e, na ausência de chuvas na região, recebem recargas de carro-pipa, fornecidas pela Prefeitura Municipal de Alagoa Grande. Observou-se ainda que os agricultores apresentam uma grande preocupação com a recuperação dos solos no que se refere à sua área de cultivo, uma vez que eles não utilizam agrotóxicos e os tipos de adubos usados são de fontes orgânicas como serapilheira, cascas de banana, borra do café, entre outros e, para o plantio, expectam pela época com altos índices pluviométricos e, ocorrendo isso, separam as terras de modo que realizem a semeadura de forma diversificada; os entrevistados tem uma cultura diversificada e demonstraram conhecer alguns passos essenciais para o cultivo, como por exemplo, espaçamento entre espécies, quando irrigar e, na presença de pragas, o que fazer, seguindo orientações recebidas em visitas que o INCRA realiza na região . <strong>CONCLUSÃO:</strong> Os agricultores familiares são um símbolo de resistência a um modelo agroexportador que os excluiu por muitas décadas. Suas falas e práticas traduzem o grau de identidade com o semiárido nordestino, sua terra e seu lugar.</p>

Referência(s)