
“Contra Schopenhauer e em favor de Platão”: Nietzsche e a estética do erótico no Crepúsculo dos ídolos
2019; Volume: 10; Issue: 2 Linguagem: Português
ISSN
2179-3441
Autores Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoEsse artigo objetiva uma interpretacao do erotico na obra de Nietzsche Crepusculo dos idolos. Para tanto, seguir-se-a uma dupla orientacao: em primeiro lugar, e proposta uma discussao sobre o erotico em chave estetica, mais precisamente, num contexto em que o embate sugerido entre as visoes de Platao e de Schopenhauer sobre a categoria de beleza descortina importante divergencia entre interpretacoes antigas e modernas sobre fenomenos artisticos. Num segundo momento do artigo, pretende-se mostrar que essa perspectiva nao e autocentrada, quer dizer, ela nao pode ser separada, por exemplo, do esforco de Nietzsche, no Crepusculo, de tracar as linhas gerais de uma perspectivacao da cultura, pois e sua intencao fazer gravitar em torno da representacao do erotico sua avaliacao sobre elementos indutores ou inibidores de sua concepcao de cultura. Quero dizer com isso que nao e fortuito (pelo contrario!) o fato de Nietzsche, no Crepusculo, caracterizar as diversas manifestacoes da cultura, antes de mais nada, a partir de representacoes que ora remetem ao belo — no caso das representacoes que sugerem “elevacao da cultura” —, ora ao feio — no caso daquelas que apontam para uma “degeneracao da cultura”, como ocorre com o famoso caso em que Nietzsche faz equivaler sua pitoresca caracterizacao de Socrates como “erotico” e “feio” aquela (por muitos considerada) “canonica” teoria da decadencia, preparada exemplarmente pelo capitulo segundo do Crepusculo, “O problema de Socrates”.
Referência(s)