
Ações de combate e controle da leishmaniose no munícipio de Marabá-PA
2020; Brazilian Journal of Development; Volume: 3; Issue: 2 Linguagem: Português
10.34119/bjhrv3n2-146
ISSN2595-6825
AutoresJuliana dos Santos Silva, Flávio Ferreira Silva, Fernanda Silva Miranda, José Amadeu Moreira, Aline Correa Carvalho, Emanuelle Helena Santos Cossolosso, Priscila da Silva Castro, Letícia Dias Lima Jedlicka,
Tópico(s)Zoonotic diseases and public health
ResumoINTRODUÇÃO: Recentemente vem aumentando o número de notificações de casos autóctones de leishmaniose visceral e tegumentar na zona urbana do município de Marabá, localizado na região sudeste do Pará, segundo dados da Vigilância Ambiental e Epidemiológica do Município. A leishmaniose é uma doença crônica, não contagiosa, causada por protozoários do gênero Leishmania. Na área urbana, o cão é considerado o principal reservatório da doença e a transmissão ocorre através da picada de vetores (Lutzomya Longipalpis) que são conhecidos popularmente com mosquito palha, birigui, cangalhinha, entre outros nomes que variam de acordo com a região. Dentre as formas clínicas da leishmaniose, a leishmaniose visceral pode ser considerada a forma mais grave, pois, quando não tratada adequadamente, determina elevados índices de letalidade. Frente a este desafio, a Vigilância Ambiental e Epidemiológica em parceria com o Centro de Controle de Zoonoses, Universidades e Organizações Não Governamentais vem executando ações de sensibilização, combate e prevenção da leishmaniose. OBJETIVO: Diminuição da proliferação dos vetores e redução do risco de transmissão da leishmaniose. MÉTODOS: Trimestralmente realiza-se uma pesquisa entomológica de Lutzomya Longipalpis, vetor da leishmaniose, em Marabá, Pará. A partir dos resultados desta análise e das notificações sobre os casos de leishmaniose, são programadas ações de combate e prevenção à doença, com a participação de agentes de endemias, voluntários de Organizações Não Governamentais, colaboradores do centro de zoonoses e acadêmicos do curso de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Estas ações têm como local de concentração uma escola municipal, onde são realizadas rodas de conversa e/ou palestras com os alunos. Concomitantemente, são realizadas visitas domiciliares e os moradores são orientados a realizarem o teste rápido nos cães e a usar/aplicar corretamente os repelentes. Os moradores também são orientados quanto à limpeza do quintal incluindo o descarte adequado de entulhos e lixo. ANÁLISE CRÍTICA: No município de Marabá, entre os anos de 2016-2019, foram confirmados 202 casos de leishmaniose tegumentar humana e 252 casos de leishmaniose visceral humana. Ademais tiveram análise positiva para sorologia 6912 aninais no município de Marabá entre os anos de 2016-2010. Frente a estes dados as ações de combate e prevenção foram intensificadas e a visitação de casa em casa permitiu uma boa cobertura das localidades. Durante as ações, a população tem contato direto com voluntários, esclarecendo dúvidas e recebendo material ilustrado e orientações sobre a doença, modo de transmissão e formas de prevenção. CONCLUSÃO: A leishmaniose vem se alastrando na zona urbana do município de Marabá, Pará, principalmente em regiões onde se concentram as populações de baixa renda e grupos em situação de vulnerabilidade social. Ademais, alguns hábitos de higiene da população, constituem um importante fator, que influencia no quantitativo de criadouros do vetor transmissor da leishmaniose. Assim, as ações de combate ao vetor e prevenção da doença são indispensáveis para a sensibilização da comunidade e para o esclarecimento da importância do papel de cada pessoa, tanto no combate como na prevenção da doença em humanos e em animais.
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