Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Uriel da Costa (1582?­‑1640), o itinerário intelectual de um marrano Português (Porto­‑Hamburgo­‑Amsterdão)

2019; Coimbra University Press; Volume: 28; Issue: 56 Linguagem: Português

10.14195/0872-0851_56_3

ISSN

0872-0851

Autores

Emanuele Landi,

Tópico(s)

Historical and Linguistic Studies

Resumo

Cada vez que se descobre um livro que se julgava perdido, dever-‑se-‑ia abrir automaticamente um novo capítulo da história do seu autor. Isto, inexplicavelmente, parece que não aconteceu com Uriel da Costa. A descoberta do Exame das tradiçoẽs phariseas (1990) tinha que reabrir o caso Costa contribuindo tanto para a revisão da sua biografia, quanto para o questionamento do seu corpus. A partir do século XVII, a memória de Uriel da Costa foi perspetivada e celebrada exclusivamente pela sua autobiografia, Exemplar humanae vitae, publicada quarenta anos depois da sua morte (1687). Mas já no início do século XX, e sobretudo depois da descoberta do Exame, começaram a aparecer fortes dúvidas sobre a autenticidade desta autobiografia tão apreciada. No entanto, Uriel da Costa foi um filósofo marrano português e, portanto, justifica-‑se a pergunta: quem eram os marranos? Porque foram tão importantes para a Coroa portuguesa e a Inquisição? O que levou Uriel da Costa e a sua família a abandonar Portugal? Para responder a estas perguntas, e satisfazendo o desideratum anunciado no início, iremos questionar a categoria historiográfica de ‘marrano’ dialogando com duas importantes interpretações, a de Israel Salvator Révah e a de António José Saraiva, esperando, assim, contribuir também para a História da Filosofia em Portugal.

Referência(s)