
Transplante de células-tronco hematopoéticas em crianças e adolescentes com leucemia aguda: experiência de duas instituições Brasileiras
2010; Elsevier BV; Volume: 32; Issue: 5 Linguagem: Português
10.1590/s1516-84842010000500006
ISSN1806-0870
AutoresJuliane Morando, Marcos Augusto Mauad, Sérgio Costa Fortier, Flávia Zattar Piazera, Mair Pedro de Souza, Cláudia P. Oliveira, Clarisse Martins Machado, Ederson Matos, Wellington Moraes Azevedo, Lisandro Ribeiro, Elenaide C. Nunes, Marco A. Bitencourt, D.C. Setubal, Vaneuza M. Funke, Michel Michels Oliveira, Larissa Alessandra Medeiros, Samir Kanaan Nabhan, Gisele Loth, Caroline Bonamim Santos Sola, Adriana Koliski, Ricardo Pasqüini, José Zanis Neto, Vergílio Antônio Rensi Colturato, Carmem Bonfim,
Tópico(s)Acute Myeloid Leukemia Research
ResumoO transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é o tratamento de escolha para leucemias agudas de alto risco. Apesar da melhora na sobrevida destes pacientes, a recidiva continua sendo a maior causa de óbito pós-transplante de células-tronco hematopoéticas. O objetivo deste trabalho foi analisar os resultados dos transplantes realizados em crianças com leucemia aguda em duas instituições brasileiras. Realizou-se estudo retrospectivo de 208 pacientes transplantados entre 1990-2007. Mediana de idade: 9 anos; 119 pacientes com leucemia linfoide aguda (LLA) e 89 com leucemia mieloide aguda (LMA). Doença precoce: CR1 e CR2. Doença avançada: >CR3, doença refratária ou recidivada. Noventa pacientes vivos entre 258-6.068 dias (M:1.438), com sobrevida global (SG) de 45% (3 anos) e a sobrevida livre de recaída (SLR) 39% (três anos). 14/195 pacientes tiveram falha primária de pega (8%). Não houve diferença na sobrevida global e sobrevida livre de recaída entre pacientes com leucemia linfoide aguda e leucemia mieloide aguda, entre transplantes aparentados e não aparentados, tampouco entre as fontes de células utilizadas. O desenvolvimento da doença do enxerto contra hospedeiro (DECH) aguda ou crônica também não influenciou a sobrevida global e sobrevida livre de recaída. Pacientes com leucemia linfoide aguda condicionados com irradiação corporal total (TBI) apresentaram melhor sobrevida global e sobrevida livre de recaída (p<0,001). Cento e dezoito pacientes morreram entre 1-1.654 dias pós-transplante de células-tronco hematopoéticas (M:160). Mortalidade relacionada a transplante (MRT) (dia+100): 16%. Incidência cumulativa de recaída: 40% (3 anos). Pacientes com doença avançada tiveram menor sobrevida global e sobrevida livre de recaída (três anos)(p<0,001). Na análise multivariada, o status da doença foi o principal fator associado ao aumento da sobrevida global e sobrevida livre de recaída. Nossos resultados mostram que é possível se atingir uma boa sobrevida para pacientes com doença precoce e também mostram a baixa eficácia naqueles com doença avançada.
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