Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Perdas pós-colheita e destinação final de frutas em segmentos comerciais de Teresina (PI)

2020; Escola Superior de Sustentabilidade; Volume: 11; Issue: 3 Linguagem: Português

10.6008/cbpc2179-6858.2020.003.0034

ISSN

2179-6858

Autores

Clotilde de Morais Costa Neta, Ana Karoline Viana Martins, Deucleiton Jardim Amorim, Marcelo de Sousa da Silva, Lusiane de Sousa Ferreira, Maria das Dores Cardozo Silva, Isabela Cristina Gomes Pires, Edmilson Igor Bernardo Almeida,

Tópico(s)

Agricultural and Food Sciences

Resumo

As perdas pós-colheita representam alto custo ao setor comercial e ocasionam impactos ambientais negativos. A destinação ambientalmente inadequada de resíduos orgânicos é uma questão problemática no Brasil, onde mais de 50% dos seus resíduos totais são com estas características e menos de 2% destes são reciclados por meio de compostagem. Há escassez de informações sobre perdas pós-colheita e destinação de resíduos orgânicos para vários estados brasileiros, notadamente o Piauí. Desse modo, objetivou-se realizar um levantamento do perfil socioeconômico, cenário de comercialização, perdas pós-colheita, descarte e destinação final de frutas em segmentos comerciais de Teresina (PI). Para isto, realizaram-se entrevistas em 10 supermercados, 20 estabelecimentos da Ceasa e 40 feirantes de duas feiras livres, através de um questionário composto por 40 perguntas objetivas. Constatou-se que o cenário de comercialização apresenta frutas oriundas de outros estados (95%), principalmente do Ceará, escoadas em vias asfaltadas através de caminhões de carga coberta com lona. Essas ficam geralmente de 1 a 5 dias expostas para comercialização, com escassos/ausentes investimentos para conservação. Os supermercados ofertam entre 157 e 2450 kg semana-1; Ceasa, 1 e 364 kg semana-1; feiras livres, 2 e 450 kg semana-1. As perdas altas foram expressivas nos três segmentos: feiras livres (91%), supermercados (64%) e Ceasa (45%). Para frutas climatéricas, mamão ‘Formosa’ é o mais perdido nos supermercados (16%), ao passo que abacate na Ceasa (15%) e goiaba nas feiras livres (37%). Entre as frutas não-climatéricas, a uva verde é a mais perdida, com destaque à ocorrência em feiras livres (26%). Essas perdas são descartadas separadamente de outros resíduos, destacadamente em supermercados (100%). A grande parte desses resíduos orgânicos (55 a 60%) apresenta destinação final ambientalmente inadequada, pois são encaminhados para o aterro controlado independente do segmento estudado. Há necessidade de melhor capacitação e conscientização dos comerciantes quanto à adoção de boas práticas pós-colheita, gerenciamento da atividade comercial e educação ambiental, como forma de reduzir prejuízos financeiros e impactos ambientais.

Referência(s)