
O riso e a ironia no relato de Marcos 5.1-20
2020; UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO; Volume: 25; Issue: 1 Linguagem: Português
10.15603/2176-3828/caminhando.v25n1p245-256
ISSN2176-3828
AutoresPaulo Sérgio Macedo dos Santos,
Tópico(s)Linguistics and Language Studies
ResumoOs estudos bíblicos avançaram muito sobre a seara da crítica literária nos últimos tempos. As funções narrativas do texto, bem como a diversidade de gêneros literários que os compõe, foram analisadas sob diversos prismas. A utilização de ferramentas da crítica literária moderna colabora para a imersão em níveis mais profundos daquilo que pode ser motivador na feitura do texto, que vão desde a construção mítica do arquétipo do herói, passando pela influência de outras culturas, até a presença da cultura popular. Poucas são as pesquisas que se debruçaram sobre as características do risível presente nessas construções narrativas.O presente estudo não tem a pretensão de exaurir todas as questões sobre o tema do riso em textos sagrados. Antes, procura relacionar a presença clara de aspectos do riso e do risível, da ironia e do sarcasmo como constantes no Evangelho de Marcos 5.1-20, evidenciando aquilo que, para alguns críticos do riso (Henri Bergson, Georges Minois, Quintiliano, entre outros), denota a presença da ironia, do chiste e do risível como elementos narrativos. A dicotomia imposta pelos estudos clássicos dificulta a interconexão de estilos como sério e risonho, e pode ser justificada por outra dicotomia que divide o mundo entre sagrado e profano. Neste artigo, busca-se refletir que nos ambientes criativos essas divisões são artificiais e esvaziadas de sentido.
Referência(s)