Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Fatores de risco cardiovascular em estudantes de 11 a 16 anos em Paranavaí (Brasil) e Cáceres (España)

2020; Volume: 13; Issue: 2 Linguagem: Português

10.33155/j.ramd.202.04.003

ISSN

2172-5063

Autores

Walcir Ferreira Lima, Silvia Bandeira da Silva Lima, Flávia Évelin Bandeira Lima, Fellipe Bandeira Lima, Carlos Alexandre Molena Fernandes, Juan Pedro Fuentes García,

Tópico(s)

Obesity, Physical Activity, Diet

Resumo

Objetivo: Objetivou-se avaliar a associação entre fatores de risco para doenças cardiovasculares em estudantes de Paranavaí (Brasil) e Cáceres (Espanha), dos 11 aos 16 anos de idade. Método: Estudo transversal com 402 estudantes. Analisados: sexo, idade, dependência administrativa da escola, estatura, massa, perímetro da cintura, IMC, relação cintura estatura, pressão arterial, comportamento sedentário, nível de atividade física, colesterol, HDL e LDL, triglicerídeos e glicose em jejum. Realizaram-se testes de Qui-quadrado, Odds ratio, Spearman e Regressão de Poisson, com p-valor = 0.05, intervalo de confiança de 95 %. Resultados: Os estudantes espanhóis eram maioria de 14 a 16 anos e de escolas públicas, enquanto os brasileiros eram maioria de 11 a 13 anos e de escolas privadas. Todos apresentaram prevalência elevada de obesidade geral, sem diferença estatística entre os grupos (G-ESP: 20.2% e 29.6 %; G-BRA: 25.0% e 22.9%, para meninas e meninos). A presença de obesidade abdominal foi maior entre brasileiros (G-ESP: 2.4 % e 13.6 %; G-BRA: 31.1 % e 35.2 %, respectivamente para meninas e meninos). Relevante foi o número de estudantes considerados insuficientemente ativos em ambos os grupos (G-ESP: 36.9 % e 23.5 %; G-BRA: 43.2 % e 39.0 %, para meninas e meninos). Comportamento sedentário foi observado entre as meninas brasileiras (43.4%) e entre os meninos dos dois grupos (G-ESP: 21.5 %; G-BRA: 51.0 %). Foi encontrado alto índice de estudantes com níveis inadequados de triglicerídeos (G-ESP: 15.5 % e 16.0 %; G-BRA: 29.5% e 19.0 %, para meninas e meninos) e HDL (G-ESP: 7.1 % e 6.2 %; G-BRA: 5.3% e 15.2 %, para meninas e meninos). Após análise bruta e ajustada meninas e meninos brasileiros com idade entre 11 e 13 anos (RP=2.091; IC95%: 1.132-3.862) apresentaram maior probabilidade de hipertrigliceridemia. Conclusões: A presente investigação torna perceptível a necessidade de se intervir nos grupos mais vulneráveis, considerando-se a presença de fatores de risco modificáveis, em contextos diferenciados, sugere que programas objetivando a prevenção de doenças cardiovasculares e obesidade devem começar precocemente, por exemplo, com atividade física regular e dieta saudável.

Referência(s)