Era da técnica e Sociedade do Cansaço: uma compreensão hermenêutica da modernidade.
2020; UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO; Volume: 6; Issue: 6 Linguagem: Português
ISSN
2358-8411
Autores Tópico(s)Philosophical Thought and Analysis
ResumoPartindo das reflexoes inauguradas pelos ensaios “A questao da Tecnica” de Martin Heidegger e “Sociedade do Cansaco” de Byung-Chul Han, buscaremos tecer algumas consideracoes sobre um possivel “diagnostico” do nosso horizonte historico caracterizado pelo calculo e pela experiencia de nivelamento existencial acentuada pela modernidade e suas possiveis repercussoes sobre a existencia. Seguindo o pensamento de Han, observamos que nossa situacao secular e marcada por um excesso de positividade que altera de forma radical e paradigmatica a experiencia do homem junto ao mundo, cuja marca historica responde aos apelos por desempenho. E sobre esse horizonte delimitado pelo excesso, pela docilizacao da existencia, pelo esgotamento e tedio profundo que buscaremos elencar possiveis convergencias entre esses fundamentais ensaios para uma critica coerente do presente. A luz da fenomenologia torna-se evidente a implacavel necessidade de compreensao dos apelos historicos que envolvem a existencia na era da tecnica, envolvida por determinacoes desse horizonte caracterizado pelos imperativos produtivistas e funcionais. Um dos elementos das analises de Heidegger se encontra na situacao de risco que se abate sobre o homem em nosso tempo. Esse homem tem sua liberdade cada vez mais suprimida pelo carater normativo de um horizonte extremamente obsessivo pelo controle. Essa situacao do homem moderno e ainda acentuada dada a pobreza da experiencia que acomete sua existencia. O paradigma do calculo que orienta a civilizacao ocidental, ao mesmo tempo em que distorce e converte a realidade em logica, se estabelece muitas vezes como barreira intransponivel a outra possibilidade de pensar. A oposicao encontrada entre as nocoes de pensamento calculante e pensamento meditante, amplamente elucidadas por Heidegger, anunciam essa dicotomia. Poderiamos, entao, assinalar a primazia da essencia da tecnica a partir da triade dominacao, representacao e calculo, que vigora de forma avassaladora buscando assegurar pleno dominio sobre o homem e os entes.
Referência(s)