
“Mulher na roda não é pra enfeitar”! A ginga feminista e as mudanças na tradição da Capoeira Angola
2020; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS; Linguagem: Português
10.38049/issn.2317-0875v24n1p.82-96
ISSN2317-0875
Autores Tópico(s)Sports and Physical Education Studies
ResumoEste trabalho apresenta um novo cenário na capoeira angola proporcionado pela participação e liderança das mulheres nos grupos. Trata-se de um fenômeno recente na história da capoeira angola: o feminismo angoleiro. Partindo de uma perspectiva feminista, pretendo apontar como os mecanismos utilizados nos discursos tradicionais que reproduzem condutas heteronormativas e classificações sexistas, estão sendo questionados e ressignificados. Para desenvolver a minha reflexão sobre esse novo cenário político apresento o grupo Nzinga de Capoeira Angola, fundado por uma mulher, mestra Janja, com sede na cidade de Salvador. Este grupo é referência para as redes de mulheres capoeiristas que estão se formando pelo mundo e desenhando uma ginga feminista. Neste aspecto, a participação das mulheres está associada à construção de outras narrativas com novos sujeitos políticos, reconstruindo as categorias “mulher” e “homem”, “feminilidade” e “masculinidade”, não como unidades homogêneas e isoladas. Nos Encontros de Mulheres Capoeiristas, busca-se observar novas formas de contestação e de denunciar as desigualdades de gênero presente na capoeira. No jogo da capoeira, as mulheres criam estratégias para enfrentar os obstáculos impostos por uma cultura patriarcal e hegemônica e aprendem a usar o corpo como uma arma política e de defesa pessoal para jogar na vida.
Referência(s)