
Malária na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa: a influência dos determinantes sociais e ambientais da saúde na permanência da doença
2020; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 29; Issue: 2 Linguagem: Português
10.1590/s0104-12902020181046
ISSN1984-0470
AutoresMargarete do Socorro Mendonça Gomes, Rubens Alex de Oliveira Menezes, José Luiz Fernandes Vieira, A. M. S. Mendes, Gutemberg de Vilhena Silva, Paulo César Peiter, Martha Cecília Suárez-Mútis, Vivian da Cruz Franco, Álvaro Augusto Ribeiro D'Almeida Couto, Ricardo Luiz Dantas Machado,
Tópico(s)Global Maternal and Child Health
ResumoResumo O objetivo deste artigo é analisar a influência dos determinantes socioambientais da saúde na incidência de malária por Plasmodium vivax na fronteira franco-brasileira. O estudo foi realizado entre 2011 e 2015, no município de Oiapoque (AP), na Amazônia brasileira. Foram incluídos na amostra 253 indivíduos de ambos os sexos, de 10 a 60 anos de idade. Houve predominância de 63,64% (161/253) de casos de malária em adultos do sexo masculino. A faixa etária mais acometida foi de 20 a 29 anos, com 30% (76/253); 84,6% (214/253) dos pacientes não concluíram o ensino médio, e 29,6% (75/253) não concluíram o ensino primário. No aspecto ambiental, houve correlação negativa entre as precipitações pluviométricas e a incidência da malária por P. vivax (p=0,0026). Em termos de mobilidade, constatou-se considerável proporção de migrantes provenientes dos estados do Pará e do Maranhão (55,73%; 141/253). Por fim, os dados apontaram que 31,23% (79/253) dos casos de malária foram importados da Guiana Francesa. Em síntese, a transmissão da malária na fronteira franco-brasileira envolve fatores ecológico-ambientais, biológicos e sociais que se expressam na elevada vulnerabilidade social da população que vive e circula na zona fronteiriça, favorecendo a ocorrência de surtos e a permanência da enfermidade.
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