
Figurações luso-brasileiras da infância no século XX: Dalcídio Jurandir e Soeiro Gomes
2020; Volume: 16; Issue: 1 Linguagem: Português
10.35520/metamorfoses.2019.v16n1a27973
ISSN0875-019X
Autores Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
ResumoO diálogo entre as literaturas portuguesa e brasileira sempre existiu, desde os tempos coloniais até a contemporaneidade, muito embora os influxos da literatura portuguesa na história literária brasileira tenham sido quase sempre mais evidentes, ou, pelo menos, mais evidenciados. No século XX, contudo, uma espécie de contrafluxo se manifesta, inclusive pela circulação de narrativas de autores brasileiros, ligados ao chamado romance de 30, entre literatos e intelectuais portugueses, fato que, para alguns críticos, foi paradigmático para a escritura de romances que deram origem ao neorrealismo português. Este parece ser o caso de Esteiros, do autor português Soeiro Pereira Gomes, publicado em 1941, curiosamente o mesmo ano de publicação de Chove nos campos de Cachoeira (1941), de Dalcídio Jurandir, escritor brasileiro, cuja obra também se alinha entre os bons romancistas de 30 (FURTADO, 2015). Considerando esse contexto, proponho aproximar estas duas experiências literárias em língua portuguesa publicadas no mesmo ano, em países diferentes, ambas de escritores militantes comunistas e que produziram uma ficção alinhada esteticamente ao compromisso com a denúncia social e a representação das minorias, dando tratamento ao tema da infância na primeira metade do século XX.
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