Artigo Revisado por pares

O itinerário de um antropólogo

2000; UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA; Volume: 25; Issue: 1 Linguagem: Português

ISSN

2357-738X

Autores

Roque de Barros Laraia,

Tópico(s)

Indigenous Health and Education

Resumo

Foi em 1958, no antigo predio da Faculdade Nacional de Filosofia, durante o Io Encontro Nacional de Estudantes de Historia, quando eu fazia parte da delegacao mineira, que vi pela primeira vez Julio Cezar Melatti. Era ele, entao, aluno do curso de Geografia e Historia da Universidade Catolica de Petropolis. O representante do curso de Historia da Universidade Federal Fluminense era o estudante Roberto Augusto da Matta. Tres anos depois, eu e Matta reencontramos Melatti no Museu Nacional. Nos na condicao de professores, e ele de aluno, do Curso de Teoria e Pesquisa em Antropologia Social, dirigido por Roberto Cardoso de Oliveira. No meio desse ano tao conturbado politicamente, pela renuncia de Jânio Quadros e pela resistencia dos militares a posse de Joao Goulart, partimos para o medio Tocantins para realizacao de duas pesquisas de campo. Apos alguns dias de modorrenta permanencia em Maraba, Melatti partiu para a aldeia Gaviao, na qualidade de assistente de pesquisa de Roberto Da Matta. Nao foi uma experiencia facil, ao chegarem a aldeia do Cocai encontraram apenas seis pessoas com as quais passaram um mes. No mes seguinte, chegaram mais 19 indios. “Eles eram apenas uma parcela dos Gavioes existentes, remanescentes de um grupo de cerca de noventa pessoas, das quais grande parte havia morrido” (Melatti, 2002a: 182). Enquanto isso, eu e Marcos Magalhaes Rubinger seguimos para a aldeia Surui. Assim, nos quatro, tivemos ao mesmo tempo o nosso batismo de campo.

Referência(s)