Artigo Acesso aberto Produção Nacional

EDUCAÇÃO DOS POVOS DO CAMPO NO BRASIL: COLONIALIDADE/MODERNIDADE E URBANOCENTRISMO

2020; UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS; Volume: 36; Linguagem: Português

10.1590/0102-4698216229

ISSN

1982-6621

Autores

Magno Nunes Farias, Wender Faleiro,

Tópico(s)

Urban Development and Societal Issues

Resumo

RESUMO: As forças da colonialidade e modernidade se constituem a partir da colonização da América, suas bases são intrínsecas ao urbanocentrismo, que se constrói sob a égide da civilidade, pautado nas dicotomias entre o urbano-superior e o rural-inferior. Nesse processo histórico os povos do campo sofreram e sofrem a ferida colonial pela colonialidade do poder, do saber, do ser e da Natureza. Estruturam-se formas de subalternização dos sujeitos camponeses, os deslegitimando de enunciação epistêmica, econômica, cultural e social na constituição do Brasil. Isso reflete na construção da educação escolar brasileira, que ao longo da história esteve sob o critério urbanocêntrico/colonial/moderno, (re) produzindo relações de inferiorização das mulheres e homens do campo, tendo suas marcas desde a constituição da educação colonial até a república atual - o que se denominou aqui de Colonialidade da educação. Nesses percursos existiram e existem movimentos de resistência, como o Movimento de Educação do Campo, caracterizado como fenômeno decolonial insurgente protagonizado pelos povos e movimentos sociais camponeses, e que tem enunciado epistemologias alternativas no enfrentamento e resistência à violência colonial. Coloca-se como emergente o fortalecimento de práticas, conhecimentos e experiências desse projeto decolonial de educação, que tem o potencial de desenvolver novas epistemologias, ontologias e formas de educação institucional e não-institucional.

Referência(s)