Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Gestão Participativa dos Recursos Naturais no Arquipélago dos Bijagós

2019; Volume: 26; Issue: 1-2 Linguagem: Português

10.17979/ams.2019.26.1-2.6553

ISSN

2386-4362

Autores

João Paulo Madeira,

Tópico(s)

Rural Development and Agriculture

Resumo

A sociedade Bijagó articula-se em torno de aldeias, unidades políticas e económicas de base que gozam de autonomia de decisão e de uma quase autossuficiência. Os clãs estão organizados por sexo e classes de idade, cada um desempenhando um papel e possuindo deveres na comunidade. Cada ilha ou aldeia possui as suas próprias formas de adoração que estão voltadas para ídolos ou deuses - irãs - entidades dotadas de poder para fazer o bem ou o mal e às quais as preces são dirigidas. Cada ilha é considerada propriedade do clã e do seu irã como guardião. Existem áreas consideradas sagradas, o que significa que ninguém se pode estabelecer nelas, sendo interdito o seu uso continuado. Este é o caso de certos espaços em Rubane, Enu, Orango e Carache. Estas áreas são particularmente importantes para a conservação da natureza, uma vez que misturam vários tipos de ambientes, desde as savanas e mangueirais até aos bancos de areia, entre os canais de mar. Pretende-se com este artigo compreender como se articula a gestão das terras e a divisão dos espaços e explicar como se processam as decisões relativamente à preservação do ambiente e dos recursos naturais.

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