
Entre escravos e taipas: o modo de fazer africano na arquitetura paulista
2020; UNIVERSIDADE EST.PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO; Volume: 39; Linguagem: Português
10.1590/1980-4369e2020009
ISSN1980-4369
AutoresCarlos Gustavo Nóbrega de Jesus,
Tópico(s)History of Education Research in Brazil
ResumoResumo O presente artigo busca avaliar a relevante colaboração da mão de obra e da cultura africana na construção de terra na arquitetura paulista, entre os séculos XVIII e XIX. A proposta ganha uma maior relevância pelo fato de não ter recebido, ainda, a devida atenção dos pesquisadores da área, que, na maior parte das vezes, destacaram o papel singular das edificações paulistas, resultante do sincretismo étnico e cultural do português com o indígena. É verdade que buscar a fundamentação para tal proposta foi um desafio, já que, até pouco tempo, a imagem do escravo africano era representada, unicamente, pela sua força muscular, postura que o alijava de seu modo de fazer. Além disso, tal premissa permite conclusões precipitadas, como aquelas baseadas no fato de que o africano não trouxe nenhuma colaboração às técnicas construtivas paulistas, pois só cumpria ordens e não tinha autonomia de criação. Sendo assim, era capaz, apenas, de reproduzir as técnicas de outras culturas. Para se contrapor a tais hipóteses foi necessário lançar mão de uma grande gama de fontes históricas, como a iconografia, as fontes manuscritas, os relatos de memorialistas e viajantes.
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