
O ESTADO DE EXCEÇÃO NAS FAVELAS: perspectivas biopoliticas a partir da pandemia do covid-19
2020; Volume: 25; Issue: 51 Linguagem: Português
10.15202/1981896.2020v25n51p113
ISSN1981-1896
AutoresMarcus Alexandre De Pádua Cavalcanti Bastos, Rosane Ferreira Da Silva, Elizabeth Almenara Da Silva, Nathan Bastos, Allain Cristian Tenório Cavalcanti, Eliane Cristina Tenório Cavalcanti,
Tópico(s)Health, Education, and Cultural Studies
ResumoA expansão do novo coronavírus - COVID-19, classificado como pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), vem causando insegurança e muita incerteza por todo o mundo. O crescimento exponencial fez com que o vírus atingisse também as comunidades mais pobres. Esses são espaços com alta densidade demográfica, habitações precárias com poucos cômodos e que possuem pouca ventilação. Também faltam equipamentos de saúde, não há rede de esgoto, saneamento básico e água potável. Todos esses elementos apontam para uma situação de abandono por parte do Estado em que moradores passam a ser incluídos no seio de uma exceção, uma zona de indistinção em que a vida se torna apenas biológica, uma existência destituída de qualquer valor, mera vida. Essa situação de abandono se agrava ainda mais no contexto de uma pandemia e evidencia a existência de uma biopolítica baseada na exclusão dessas populações. Desse modo, o presente artigo pretende partir das considerações sobre biopolítica, de Michel Foucault, e de conceitos apresentados por Giorgio Agamben, como vida nua, homo sacer e poder soberano para debater de que maneira um cenário pandêmico pode aprofundar ainda mais as desigualdades nas favelas.
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