Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Extinguindo o “infame” comércio de escravos no império brasileiro

2020; Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS); Volume: 13; Issue: 1 Linguagem: Português

10.15448/2178-3748.2020.1.36018

ISSN

2178-3748

Autores

Ana Priscila de Sousa Sá,

Tópico(s)

Colonialism, slavery, and trade

Resumo

O artigo analisou a proposta de extinção do tráfico de escravos para o Brasil realizada pelo historiador brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen no Memorial orgânico (1849-1850-1851). Em um contexto de pressão inglesa pela sua supressão e intenso debate sobre a escravidão e seu impacto sobre a vida social, econômica do País na metade do século XIX, Varnhagen defendeu a necessidade de se findar essa prática secular como uma das formas de auxiliar no desenvolvimento do Império, colocando-o na posição de nação forte e respeitável perante o mundo civilizado. Para tanto, fez-se necessário tratar com mais vagar da conjuntura política brasileira à época e como as questões do tráfico e da escravidão apareciam nos debates entre figuras destacadas do cenário letrado como José Bonifácio de Andrada e Silva, Bernardo Pereira de Vasconcelos e Tavares Bastos. O conteúdo do Memorial orgânico, portanto, demonstrava o quanto o historiador paulista estava atualizado com a agenda política do Império do Brasil em meados do oitocentos, usando sua experiência técnica para tratar de uma questão tão premente. Em 1850, pela Lei Eusébio de Queiroz, o tráfico de escravos para o Brasil foi finalmente abolido, a pressão britânica, mas também o medo de rebeliões, o surto de febre amarela associado com o tráfico e uma opinião interna antiescravista contribuíram para que essa medida saísse do papel naquele momento de consolidação do poder imperial no Segundo Reinado.

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