Música e antropologia em dois ícones da modernidade
1998; UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA; Volume: 22; Issue: 1 Linguagem: Português
ISSN
2357-738X
Autores Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
ResumoElizabeth Travassos propoe em seu livro examinar a delicada relacao entre a reflexao estetica e os trabalhos fundados na coleta de cancoes populares desenvolvidos por dois autores que, originarios da periferia do mundo europeu (Brasil e Hungria), se tomaram icones da modernidade: Mario de Andrade e Bela Bartok. Verdadeiros sujeitos ativos de seu tempo, os dois foram, cada um a seu modo, seres multifacetados e profundamente complexos. Poeta e romancista com ativa participacao na instauracao da modernidade artistica no Brasil, Mario de Andrade tambem se envolveu com o estudo da musica popular. Intricado personagem que abrigava trezentas faces em uma sofisticada unidade, o escritor brasileiro vivenciou poeticamente as perplexidades do teorico da arte dividido entre uma perspectiva excessivamente lirica, resultante da concepcao de arte como uma forma de expressao da interioridade e um ponto de vista que valoriza o primado da tecnica, o estudo serio das tradicoes e a consciencia da sociedade (Travassos 1997: 44). Foi ambivalente sobre o artista virtuoso e ambiguo com respeito a democratizacao da arte culta (: 90). Oscilou, no que toca a evolucao das artes, entre um universalismo cultural, sob a forma de um primitivismo generico, e um particularismo etnico-linguistico- cultural (: 199).
Referência(s)