
Ressonâncias da épica greco-latina no Ubirajara de José de Alencar
2020; Editora da Universidade Estadual de Maringá (Eduem); Volume: 42; Issue: 1 Linguagem: Português
10.4025/actascilangcult.v42i1.49961
ISSN1983-4683
AutoresMaria Celeste Consolin Dezotti,
Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoEste artigo analisa o romance Ubirajara, de José de Alencar, e mostra o débito do autor para com a tradição clássica. Focaliza as relações intertextuais que ele mantém com as epopeias homéricas no tocante a um conjunto de temas, dentre os quais se destacam a excelência guerreira e a hospitalidade. Mostra também como tais temas estão artisticamente entretecidos com os epítetos, recurso estilístico marcante nas epopeias clássicas, de modo a compor uma trama complexa, sustentada em peripécia e reconhecimento. Com base nessa matéria clássica, o discurso do narrador se estrutura como aition, forma narrativa que se propõe a explicar o porquê das coisas, muito apreciado pelos gregos e romanos. O Ubirajara se define no subtítulo como 'lenda tupi'; essa lenda, construída pelo autor, explica as causas que deram origem a um povo indígena chamado Ubirajara, cuja existência histórica é documentada no séc.XVI pelo cronista português Gabriel Soares, conforme registra o próprio Alencar no conjunto de notas que ele apõe à narrativa ficcional. Esta, por sua vez, visa a mostrar os feitos gloriosos do guerreiro Ubirajara, que o tornaram herói epônimo desse povo.
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