
A "variatio" no mito de Eco e Narciso, nas "Metamorfoses" de Ovídio, como exercício de um poeta "lascivus"
2020; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO; Volume: 8; Issue: 1 Linguagem: Português
10.25187/codex.v8i1.31795
ISSN2176-1779
AutoresDreykon Fernandes Nascimento, Leni Ribeiro Leite, Camilla Ferreira Paulino da Silva,
Tópico(s)Historical and Literary Studies
ResumoQuintiliano, em diversas passagens da sua Institutio oratoria (4.1.77; 10.1.88-9; 10.1.93), categoriza Ovídio e as suas obras de serem excessivamente lascivi. Diferentemente de Horácio, contudo, que exercia a crítica literária enquanto ocupava também o lugar social de poeta no principado augustano, Quintiliano a exerce em posição exclusiva de orador, em nome de uma instituição retórica sólida e voltada majoritariamente para o fórum público. Assim, não crendo ser lascivus apenas um vocábulo cujo significado é facilmente localizável num dicionário de língua latina, investigamos no presente trabalho o valor objetivamente retórico subjacente ao termo, e se é adequado ou não à obra ovidiana, analisando a variatio ou a variação genérica trabalhada por Ovídio, sobretudo, no mito de Eco e Narciso, presente no canto 3 das Metamorfoses. Para tal, aparelhamo-nos com estudos de Barchiesi (2006), Farrell (2009), Fedeli (2010), Fonseca (2015), Feldherr (2006), Harrison (2006), Hutchinson (2013), Keith (2002), Oliva Neto (2013), Pavlock (2009) Perutelli (2010), Vansan (2016) entre outros sobre o uso dos gêneros poéticos em Ovídio, e com estudos de Feldherr (2006) e Fox (2007) sobre a relação entre retórica e literatura, a posição de Quintiliano e sob que instância de poder fala quando rotula Ovídio de lascivus.
Referência(s)