
O papel da mulher x a mulher no papel: o conto “O papel de parede amarelo”, de Charlotte Perkins Gilman nos labirintos da escrita feminina
2019; UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA; Volume: 13; Issue: 2 Linguagem: Português
10.35499/tl.v13i2.7421
ISSN2176-5782
AutoresHortência de Melo Gianvechio, Luciana Borges, Silvana Augusta Barbosa Carrijo,
Tópico(s)Short Stories in Global Literature
ResumoEste artigo tem como objetivo analisar o conto "O papel de parede amarelo", de Charlotte Perkins Gilman, buscando traçar uma leitura que demonstre como o conto pode ser lido como forma de denúncia da condição da mulher-escritora do século XIX. Apoiando-se em teóricas como Norma Telles (2004), Emilia Viotti da Costa (2000) e Marina Colasanti (1991) e lançando um olhar para além dos elementos de terror e fantasmagoria, que neste artigo ocupam papel secundário, percebe-se que a atmosfera densa e sombria do conto se revela muito mais na concretude do dia a dia da narradora do que nos elementos misteriosos e sombrios que a personagem utiliza para descrever a casa e os objetos que a compõem. Transitando entre elementos autobiográficos e de terror psicológico, o conto retrata a patologização dos desejos e reivindicações das mulheres, por meio da figura de John, médico e marido da protagonista, que representa a instância médica à qual as mulheres estavam submetidas, uma instância opressora e cúmplice do pacto perverso de adoecer mulheres e confiná-las em clínicas psiquiátricas – tudo em prol da manutenção da ordem social.
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