Características Clínicas de Doentes com COVID-19 num Internamento Dedicado do Hospital CUF Infante Santo: Série de Casos
2020; José de Mello Saúde; Linguagem: Português
10.29315/gm.v7i2.367
ISSN2184-0628
AutoresFátima Grenho, Ana Eliza Port Lourenço, Sofia Ventura, Isabel Bogalho, Inês Bargiela, Catarina Santos Silva, Fábio Carneiro Martins, Luciano Hatchbach, Nuno Lopes, Alicia Prades, Maria João Gomes,
Tópico(s)Healthcare during COVID-19 Pandemic
ResumoINTRODUÇÃO: A Rede CUF em 18 de março, disponibilizou o Hospital CUF Infante Santo (HCIS) como hospital de referência para os doentes com COVID-19 na área da grande Lisboa. O internamento do doente não crítico (IDNC) ficou a cargo de uma equipa médica dedicada (EMD) constituída por médicos do Cluster Tejo, sob coordenação da Medicina Interna. Este estudo reporta as principais características demográficas e clínicas da população internada no IDNC.MATERIAL E MÉTODOS: Estudo retrospetivo analisando os doentes admitidos entre 27 de março e 7 de maio de 2020, no IDNC. Os critérios para diagnóstico de COVID-19 basearam-se na confirmação laboratorial e/ou critérios de diagnóstico imagiológicos. Excluíram-se da análise os doentes inicialmente suspeitos, mas cujo diagnóstico final encontrado foi outro. Clinicamente, o doente não crítico foi definido como tendo um Modified Early Warning Score (MEWS) entre 0-2. Os dados foram coletados do processo clínico eletrónico e da base de dados criada para seguimento destes doentes. Apresentam-se as características demográficas, clínicas, exames complementares, terapêutica e resultados.RESULTADOS: Incluíram-se 44 doentes, média de idades 67 anos, 52,3% homens. Divididos em grupos de acordo com a apresentação, com pneumonia em 75%, os restantes com outra apresentação. Proveniência: domicílio 81,8%, residência sénior 11,4% e outro hospital 8%.Fatores de risco para doença mais grave foram: Idade > 65 anos, 56,8%, hipertensão arterial 59%, doença respiratória crónica 15,9%, obesidade 15,9%, neoplasia ativa 13,6%, diabetes 11,4%, cardiopatia isquémica 11,4%, insuficiência cardíaca 6,8%, imunossupressão 6,8%, com índice de comorbilidades de Charlson média de 3.6. Agravamento clínico significativo com necessidade de escalar cuidados em três doentes (6,8%), em dois (4,5%) com ventilação mecânica invasiva, adicionalmente registado um óbito (2,3%). Demora média de internamento 10 dias, três (6,8%) doentes foram transferidos para outro hospital e 40 (91%) tiveram alta.DISCUSSÃO: A casuística apresentada representa o primeiro grupo de doentes não críticos internados com COVID-19 na Rede CUF da Região de Lisboa. Houve evolução e mortalidade intra-hospitalar abaixo do expectável para as características desta população, nomeadamenteperante a presença de fatores de risco para doença mais grave e elevado índice de comorbilidades. CONCLUSÃO: A interpretação dos resultados obtidos fica condicionada ao pequeno tamanho da amostra e às incertezas ainda existentes nesta nova doença.
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