
Etnomatemática escolar indígena: o uso de artefatos socioculturais no ensinar e aprender no Ensino Fundamental I
2020; Grupo de Pesquisa Metodologias em Ensino e Aprendizagem em Ciências; Volume: 9; Issue: 8 Linguagem: Português
10.33448/rsd-v9i8.5341
ISSN2525-3409
AutoresCarlos Luís Pereira, Márcia Regina Santana Pereira,
Tópico(s)Chemistry Education and Research
ResumoDurante sua trajetória histórica, a educação escolar indígena brasileira tem conquistado o seu reconhecimento oficial como um ensino específico, diferenciado, intercultural e bilíngue. Tem buscado no currículo em ação, a valorização dos seus etnoconhecimentos tradicionais. A etnomatemática na educação escolar indígena nos anos iniciais do ensino fundamental I configura-se como o objetivo central deste estudo, visando apresentar artefatos socioculturais como estratégia para ampliar o processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos de ensino numa escola indígena pataxó da Bahia. O marco teórico-metodológico enquadra-se dentro de uma abordagem qualitativa. Em relação aos objetivos, está alinhada à pesquisa exploratória e dentro dos procedimentos da pesquisa etnográfica associada com a pesquisa-ação. Os resultados revelaram melhoria significativa de 87% nas avaliações processuais. Os discursos de 100% dos alunos pesquisados revelaram maior interesse para aprender os conteúdos matemáticos por meio do uso de artefatos socioculturais da etnia Pataxó. Verificou-se que o uso dos artefatos enquanto material concreto estabeleceu uma aproximação positiva entre a matemática cultural da educação indígena com a matemática escolar. Constatou-se nas vozes da comunidade que o uso de artefatos socioculturais possibilitou valorização, reconhecimento e disseminação de seus conhecimentos matemáticos tradicionais nas aulas. Conclui-se que os artefatos socioculturais específicos promoveram aprendizagens significativas nos processos educativos de ensino e de aprendizagem dos conteúdos matemáticos prescritos pela atual Base Nacional Comum Curricular para os anos iniciais. Isto trouxe maior motivação dos alunos para aprender, bem como a adequação da matemática à cultura e a identidade sociocultural desta etnia.
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