
IDENTIDADE, TERCEIRO EXCLUÍDO E NÃO CONTRADIÇÃO: NOTAS SOBRE ALGUNS PRESSUPOSTOS FILOSÓFICOS DO ENSINO DE LÓGICA
2020; UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ; Volume: 9; Issue: 1 Linguagem: Português
10.5380/nesef.v9i1.75236
ISSN2317-1332
Autores Tópico(s)Education Pedagogy and Practices
ResumoTendo em vista os inúmeros sistemas lógicos criados como complementosou como alternativas à lógica clássica, a partir da segundametade do século XIX não podemos mais falar de lógica no singular.A despeito dessa multiplicidade de lógicas, o ensino da disciplina oude temáticas afi ns no nível básico e de graduação ainda prioriza ou serestringe ao cálculo bivalente proposicional e de predicados de primeiraordem. O problema diagnosticado e que dá mote ao presente texto é afrequente ausência, no ensino supramencionado, de discussões sobreos pressupostos fi losófi cos das lógicas: se o ensino de determinado sistemalógico está vinculado à aceitação prévia de certas pressuposições filosóficas, por que priorizamos a apresentação da linguagem e dos métodos formais em detrimento das reflexões filosóficas que os amparam?O objetivo das notas que constituem este artigo – em consonânciacom o movimento de pensar fi losofi camente o ensino da filosofi a (e dastemáticas que a constituem) – é fornecer um exemplo de questionamentopossível no ensino de lógica a partir da apresentação de algunspressupostos da lei de identidade e dos princípios do terceiro excluídoe da não contradição. Examina-se de modo breve e não-formal a concepçãomais ampla de lógicas que derrogam os referidos princípios,debruçando-se especifi camente sobre as lógicas não-refl exiva, intuicionistae paraconsistente. Procura-se sinalizar para problematizaçõesfi losófi cas associadas a concepções metafísicas ou epistemológicas, asquais em geral permanecem sem ser explicitadas no ensino da lógicaclássica – difundindo a ideia errônea de que a lógica independe ou sesobrepõe ao exame filosófico.
Referência(s)