
AL-KASHI E KAZI-ZADE AR-RUMI
2020; UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ; Volume: 7; Issue: 20 Linguagem: Português
10.30938/bocehm.v7i21.2867
ISSN2447-8504
AutoresKaline França Andrade, ANA PAULA PEREIRA DO NASCIMENTO SILVA,
Tópico(s)Historical Astronomy and Related Studies
ResumoNo século XV, Ulugh Beg (1394-1449), neto de Tamerlão (Timur), cria, em Samarcanda, um enorme observatório astronômico e, juntamente com ele, um centro de estudos surge e garante, por alguns anos, a atividade científica na capital do Califado Abássida. Ghiyath al-Din Jamshid Mas'ud al-Kashi, astrônomo e matemático, foi o primeiro diretor desse centro, sendo seu sucessor o também astrônomo e matemático Kazi-Zade ar-Runi. Nossa intenção é, portanto, apresentar à comunidade acadêmica um período da história que ainda carece de publicações acadêmicas: a matemática islâmica medieval. Quiçá despertar o interesse pela pesquisa nesta área. Por se tratar de um período longo, nossos esforços se concentram na Madraça de Samarcanda e seus ilustres estudiosos aqui já mencionados. Pretendemos com este artigo apresentar um pouco das atividades desenvolvidas no centro de estudos de Samarcanda, além de estabelecer a relação entre os astrônomos supracitados. Para isso, tomamos por base as duas cartas de al-Kashi endereçadas a seu pai que chegaram a nosso tempo. Kennedy (1960) e Saili (1960) publicaram e traduziram (o primeiro em inglês e o segundo em turco), de maneira independente, a primeira carta que foi achada; a segunda carta recentemente descoberta no Irã foi publicada e traduzida para o Inglês por Bagheri (1997). É importante destacar que nosso trabalho faz parte de um projeto maior (o estudo da matemática medieval), que está em desenvolvimento e que, por este motivo, os resultados aqui expostos são parciais. Uma conclusão imediata que foi obtida com esses estudos é a de que o período das trevas – como comumente é conhecida a Idade Média, nos levando a pensar em uma época de não produção de saberes, isto é, séculos de estagnação científica – foi uma época de grandes realizações nas mais diversas áreas da cultura e dos saberes científicos, além da grande expansão territórial do império islã, que garantiu a preservação dos saberes antigos e sua disseminação (a posteriori) por meio de suas traduções.
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