
Por um pensamento aerífero: notas sobre o ar nos curtas-metragens de Cao Guimarães
2020; Volume: 15; Issue: 2 Linguagem: Português
10.11144/javeriana.mavae15-2.pupa
ISSN2215-9959
Autores Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoHavendo reconhecido a presença difusa do elemento ar na produção curta-metragista do cineasta e artista visual Cao Guimarães, pretendemos investigar a manifestação do ar, enquanto elemento poético, na produção curta-metragista do realizador em relação com noções como a leveza, a imaterialidade, a fluidez e o movimento. Partimos da hipótese de que a recorrência estilístico-temática do elemento ar nos permitiria reconhecer em nosso corpus a formação de um pensamento poético aerífero. Ou seja, um pensamento que simultaneamente dá passagem ao ar e o reserva, que acolhe e se alimenta do sopro do real, sem impedir sua passagem ou aprisioná-lo. Realizaremos uma investigação analítico-descritiva de quinze curtas-metragens, de modo a perceber de que forma cada um deles agencia o ar enquanto elemento poético. O nosso corpus será composto pelas seguintes obras de Cao Guimarães: The eye land (1999); Between – inventário de pequenas mortes (2000); Sopro (2000); Hypnosis (2001); Volta ao mundo em algumas páginas (2002); Aula de anatomia (2003); Nanofonia (2003); Concerto para clorofila (2004); Da janela do meu quarto (2004); Atrás dos olhos de Oaxaca (2006); Peiote (2007); Sin peso (2007); El pintor tira el cine a la basura (2008); O sonho da casa própria (2008); O inquilino (2010). Por fim, nossa intenção é sinalizar que a pertinência da compreensão do pensamento poético aerífero no trabalho de Cao Guimarães está conectada tanto à estética videográfica assumida pelas obras, quanto à capacidade de dar passagem e reter o real.
Referência(s)