
A MEDICALIZAÇÃO DO COTIDIANO COMO SUPRESSÃO DA INICIATIVA
2020; Volume: 9; Issue: 1 Linguagem: Português
10.17648/2447-1798-revistapsicofae-v9n1-6
ISSN2447-1798
AutoresNilton de Júlio de Faria, Felipe Eduardo de Carvalho Ferreira, Júlia Pouzas Straessli Pinto,
Tópico(s)Psychology and Mental Health
ResumoA segunda metade do século vinte foi marcada com grandes transformações, dentre elas o avanço de tecnologias em diferentes esferas da cultura. Tal avanço, pautado na velha proposição do positivismo: “conhecer para predizer e controlar”, gerou uma falsa sensação de controle sobre o mundo e sobre o indivíduo. No que concerne à saúde, é possível identificar a implementação de equipamentos diagnósticos cada vez mais precisos, sugerindo, inclusive a possibilidade de diagnósticos precoces que possibilitariam intervenções médicas, também precoces que, teoricamente evitariam o surgimento de doenças. Com a saúde mental não é diferente, classificações como CID ou DSM possibilitariam o preciso diagnóstico para uma indústria farmacêutica cada vez mais envolvida em pesquisas que atendam a esta demanda. Consequentemente, a saúde passa a ser entendida como consumo, remetendo-nos à ideia de terapêutica prótese. O presente trabalho busca apresentar as diversas perspectivas sobre o processo de patologização da vida. Tendo como referência a Ontologia da Ação de Paul Ricoeur, destaca-se que para a concepção de saúde da contemporaneidade é necessário reparar esse organismo considerado exclusivamente biológico em detrimento do humano. Nesse sentido, discorremos sobre a medicalização à vida inclusos nos processos de adoecimento e saúde, possibilitando um pensamento mais crítico e recorrendo à alternativas e estratégias para um viver menos nocivo ao humano e sua existência que vem sendo patologizada e consequentemente desumanizada.
Referência(s)