
SÍNDROMES DE DISPERSÃO E POLINIZAÇÃO EM UMA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO NA AMAZÔNIA
2020; UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA; Volume: 9; Issue: 2 Linguagem: Português
10.19177/rgsa.v9e22020765-782
ISSN2238-8753
AutoresOseias Souza da Silva Júnior, Paola Vitória Brito Pires, Layane Joyce Rosa Maia, Ana Cristina de Andrade Aguiar Dias, Roberta Macedo Cerqueira,
Tópico(s)Insect and Arachnid Ecology and Behavior
ResumoA polinização das flores e dispersão de frutos e sementes são fatores vitais para a manutenção de grande parte da população de espécies vegetais em florestas tropicais. A caracterização das síndromes de dispersão e polinização ocorrentes num fragmento de floresta tropical pode ser uma ferramenta de diagnóstico ambiental, demonstrando o grau de distúrbio que o ambiente possa estar sofrendo. Este trabalho teve como objetivo analisar e descrever as estratégias de polinização e dispersão dos diásporos de diferentes tipos vegetacionais no Parque Estadual do Utinga, unidade de conservação que compreende um gradiente florestal com áreas em diferentes estágios de preservação no município de Belém/PA. Foi utilizada a lista de espécies arbóreas levantadas no Plano de Manejo do Parque do Utinga, realizado em agosto de 2013. Utilizou-se a lista de espécies da flora por cada tipo vegetacional: Floresta Secundária, Floresta de Igapó e Floresta de Terra Firme. As espécies catalogadas no plano de manejo do parque foram caracterizadas quanto às suas síndromes de dispersão e polinização, baseando-se na análise de diferentes bibliografias especializadas, nas características morfológicas de seus diásporos e caracteres relacionados a polinização compartilhados em seus táxons. A síndrome de dispersão zoocórica foi a mais comum entre as espécies analisadas (72%) e entre os indivíduos (78,24%). Para as síndromes de polinização, mais de 90% das espécies e 76% dos indivíduos amostrados foram classificados dentro de alguma das síndromes de dispersão bióticas. Entre os tipos vegetacionais, houve diferença apenas quando analisadas as síndromes de polinização por número de indivíduos. As síndromes de dispersão e polinização bióticas são mais comuns em florestas tropicais com baixo nível de perturbação. Estes resultados indicariam um grau de distúrbio ambiental ainda moderado na unidade de conservação e em seus diferentes tipos vegetacionais. Levantamentos fitossociológicos, estudos de biologia floral e análises subsequentes são necessários para o acompanhamento da evolução deste quadro.
Referência(s)