Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

A ESTÉTICA PLATÔNICA E O CONCEITO DE DISPOSITIVO: UMA AMIZADE PROFANA

2020; Volume: 12; Issue: 31 Linguagem: Português

10.36311/1984-8900.2020.v12n31.p107-132

ISSN

1984-8900

Autores

Gabriela de Andrade Rodrigues,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

Na presente pesquisa, persegue-se uma possível conceituação estética por diversos textos do filósofo grego Platão, partindo da proposta de análise de autores brasileiros como Ariano Suassuna e Rodrigo Duarte. Tendo em vista a polêmica que gira em torno do filósofo grego em relação ao tratamento dispensado à poética no livro A República, – polêmica ressaltada pelo recorte realizado por Rodrigo Duarte em sua coletânea –, optou-se por demonstrar, também, as análises que criticam a influência platônica sobre a estética. Nessa seara, parte-se do clássico de Friedrich Nietzsche, perpassando pela interpretação incisiva de Christopher Janaway. Após tais análises, conclui-se que as críticas destinadas ao pensamento estético de Platão se fundamentam em análises descontextualizadas e resolve-se as possíveis inconsistências interpretativas com a análise contextual de Rupert C. Lodge, que defende a influência de quatro escolas para a teoria platônica da arte: o hilozoísmo, os pitagóricos, os sofistas e a escola eleática. Por fim, intenta-se relacionar a concepção estética de Platão com o conceito de dispositivo de Agamben, em que se retoma uma necessidade ontológica para a Arte. Este trabalho pretende investigar o que há de comum entre as duas proposições teóricas supracitadas. O dispositivo de Agamben talvez explique a posição receosa de Platão em relação à arte, pois consiste num sistema que impede a busca pelo conhecimento da Verdade e confina o saber humano em pensamentos superficiais.

Referência(s)