
Deslocamento de abomaso à direita em bezerro: relato de caso
2020; Volume: 14; Issue: 1 Linguagem: Português
10.26605/medvet-v14n1-2128
ISSN2675-6617
AutoresUila Almeida Aragão de Alcantara, Nivaldo de Azevêdo Costa, Regina Nóbrega de Assis, Luiz Teles Coutinho, Carla Lopes de Mendonça, José Augusto Bastos Afonso,
Tópico(s)Microbial infections and disease research
ResumoDeslocamento do abomaso é uma paratopia que ocorre com menor frequência em bezerros, touros e novilhas, quando comparado com vacas de alta produção leiteira. Objetivou-se relatar o caso de um bezerro, macho, com três meses de idade, atendido na rotina hospitalar da Clínica de Bovinos de Garanhuns. Segundo anamnese, o animal alimentava-se de leite, pasto nativo, grama, xerém de milho e farelo de trigo (200g/dia). Entretanto três dias antes da baixa, foi alimentado com palha de milho, apresentando em seguida timpania ruminal, dificuldade de locomoção e aumento do consumo de água. As fezes estavam escassas, liquefeitas e amareladas. Caso único, num total de 30 animais. Os principais sinais clínicos observados foram apatia, mucosas congestas, exsicose grau III, moderada enoftalmia, abdômen tenso, com formato maçã-pera, à percussão auscultatória evidenciou-se um som de “ping” metálico, na região do 12º espaço intercostal do flanco direito. As análises laboratoriais revelaram teor de cloretos elevado, de 81,88 mEq/L; hemoconcentração, leucocitose, por linfocitose e neutrofilia, com desvio à esquerda regenerativo, além de hipoproteinemia. Em função do diagnóstico de deslocamento de abomaso à direita (DAD), foi submetido à laparotomia exploratória pelo flanco direito. Nesta condição, o órgão estava bastante distendido por gás e conteúdo líquido. Seguindo o protocolo terapêutico, o animal apresentou evolução clínica satisfatória, recebendo alta no quinto dia após seu internamento. Conclui-se que deslocamento de abomaso à direita é uma afecção grave e, apesar da baixa frequência em bezerros, pode acometer essa faixa etária, acarretando prejuízos ao produtor, e o que reitera a necessidade de prevenir os fatores de risco associados a essa síndrome multifatorial.
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