Artigo Acesso aberto Revisado por pares

‘Línguas em contacto’ na Galiza Baixo-medieval

2004; University of A Coruña; Volume: 5; Linguagem: Português

10.17979/rgf.2004.5.0.5330

ISSN

2444-9121

Autores

Júlio Diéguez González,

Tópico(s)

Medieval and Early Modern Iberia

Resumo

O principal elemento legitimador dos estados nacionais é actualmente a língua, como foi a religião outrora. A língua tem na nossa época o mesmo papel que a religião na sociedade medieval: é um elemento basilar na legitimação e no funcionamento da instituição estatal. Há uma diferença radical num ponto concreto: na Idade Média não parece ter havido rejeição à mistura de línguas, o que é uma característica constante nas modernas sociedades industriais. Neste artigo estudam-se alguns factores que terão dificultado a substituição do galego-português pelo castelhano na elaboração dos documentos jurídicos na Galiza dos finais da Idade Média: (i) o peso de uma tradição de vários séculos, e (ii), ser o galego-português a língua da oralidade e a mais inteligível para as partes intervinientes nos actos jurídicos. Desde o século XIII Castela representa o centro do poder, e há um relacionamento intenso da nobreza galega com a castelhana. Nos finais do século XV muitos nobres são obrigados a residir na Corte. Nessa época o castelhano já era percebido como a língua da autoridade.

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