Artigo Acesso aberto Produção Nacional

CONHECIMENTO ETNOMICOLÓGICO DE COMUNIDADES QUE HABITAM O ENTORNO DA REBIO DE PEDRA TALHADA, ALAGOAS, BRASIL

2020; Q98072931; Volume: 14; Issue: 2 Linguagem: Português

10.22478/ufpb.1981-1268.2020v14n2.50609

ISSN

1981-1268

Autores

Evelyn Rodrigues dos Santos, Laise de Holanda Cavalcanti, Roger Fagner Ribeiro Melo,

Tópico(s)

Phytochemistry Medicinal Plant Applications

Resumo

Estudos etnomicológicos sobre comunidades brasileiras são escassos, quase todos centrados em povos da Amazônia. O presente trabalho teve por objetivo verificar a existência de conhecimento etnomicológico em nove comunidades nordestinas estabelecidas nas proximidades da Reserva Biológica de Pedra Talhada - RBPT (Quebrangulo, AL). Utilizou-se um formulário semiestruturado, um álbum de fotografias e amostras de macrofungos recém-coletadas para entrevistar 61 pessoas (59% homens; 41% mulheres, 18 a 81 anos), a maioria agricultores (70%) com baixo nível de instrução. Quase todos (92%) reconheceram os macrofungos e a maioria citou seus nomes populares, baseados em caracteres morfológicos, associados ao ambiente onde ocorrem (cebola da mata, cogumelo do cocô, orelha de pau) ou às propriedades a eles atribuídas (cogumelo do bem e cogumelo do mal). Percebem a relação desses organismos com o ambiente e a influência dos fatores climáticos sobre sua esporulação. Chás preparados com basidiomicetos foram indicados para tratamento de câncer (Fomes fasciatus) e asma (Ganoderma australe); duas espécies não identificadas foram indicadas para tratamento de problemas respiratórios. Cookeina tricholoma (Ascomycota) foi referida como comestível por um ex-caçador idoso. O uso lúdico foi relatado para uma espécie de Geastrum (Basidiomycota). Embora não micófilos, os entrevistados percebem os macrofungos como elementos importantes no ambiente. PALAVRAS-CHAVE: Etnobiologia. Etnomicologia. Macrofungos. Mata Atlântica. Micologia.

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