
REDES DE DESEJO OU DE GOZO? EXPERIÊNCIA DE CONSUMO E NOVOS AGENCIAMENTOS TECNOLÓGICOS
2020; FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS; Volume: 60; Issue: 4 Linguagem: Português
10.1590/s0034-759020200406
ISSN2178-938X
Autores Tópico(s)Social and Economic Solidarity
Resumodo consumo.Tais estudos visavam definir a experiência de consumo como busca de diversão, fantasia, excitação sensorial e prazer, resultando em uma experiência mágica, extraordinária, memorável.A importância dos aspectos estéticos, simbólicos e emocionais, nos estudos do consumidor, remonta à década de 1950, com os trabalhos de Gardner e Levy (1955), Levy (1959), Levy e Czepiel (1974), entre outros.Mas a temática da experiência de consumo só se tornou dominante quando os textos de Hirschman e Holbrook argumentaram a favor do resgate dos sentimentos e emoções envolvidos no processo de consumo.Holbrook (2006, p. 259) até mesmo criticou a quantidade de publicações que não mencionavam as pesquisas sobre o tema já produzidas, insistindo que a temática da experiência de consumo já estava presente em análises como as de Alderson (1957) e Abott ( 1955), e sugerindo que as raízes do conceito poderiam remontar às contribuições de clássicos da Economia, conforme mencionado no tratado sobre a felicidade de Lebergott (1993).Mesmo assim, os textos de Holbrook e Hirschman foram repetidamente citados como fundadores de um novo momento no qual a experiência de consumo havia se tornado "um elemento-chave na compreensão do comportamento do consumidor e, para alguns, uma base para a economia e o marketing do futuro" (Carù & Cova, 2003, p. 267).Embora as raízes do conceito de "experiência de consumo" sejam anteriores aos anos 1980, algo estava acontecendo, nesse contexto histórico, que ressignificou o debate em torno dessa temática e transformou os artigos de Hirschman e Holbrook em uma espécie de textos fundadores para o campo dos estudos do consumidor e do marketing.Refiro-me ao momento em que um novo tipo de vida social começava a ganhar forma, de um lado, resultado de uma nova ordem econômica e, de outro, de um novo tipo de experiência de tempo-espaço, nomeada pelo crítico cultural americano Fredric Jameson "experiência pós-moderna".A emergência de uma "sociedade pós-industrial ou do consumo; da mídia ou do espetáculo; ou do capitalismo multinacional" (Jameson, 1998, p. 3) era correlata de uma virada cultural que transformou o consumo em "um ato de produção de experiências " (Firat & Dholakia, 1998, p. 96).Nesse cenário, consumir experiências torna-se uma nova abordagem no campo dos estudos do consumidor e do marketing (Carù & Cova, 2003;Gilovich,
Referência(s)